Pressionado por juros e inflação, varejo projeta avanço moderado até 2026

Intenção de compra das famílias caiu 0,5% em outubro

Pressionado por juros e inflação, varejo projeta avanço moderado até 2026

Apesar da pressão da inflação e dos juros elevados, o varejo brasileiro tem expectativa de avanço moderado até janeiro de 2026. A expectativa é de um crescimento nominal de 5% em novembro, 3,2% em dezembro e 2,3% em janeiro de 2026, segundo o IAV Índice Antecedente de Vendas), do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo). Em outubro, o índice registrou alta de 2,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

Descontada a inflação, o cenário muda de direção. O indicador ajustado pelo IPCA mostrou queda de 2,4% em outubro e projeta resultados fracos para os próximos meses: leve alta de 0,5% em novembro, seguida por retrações em dezembro (–1,3%) e janeiro (–2,5%). As estimativas são baseadas nas expectativas de faturamento de empresas associadas ao Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), responsáveis por cerca de 20% das vendas do setor.

“O patamar elevado de juros encarece o crédito para famílias e empresas, dificultando a expansão do consumo e dos investimentos privados. Esse ambiente econômico pode influenciar o desempenho do varejo. A combinação entre inflação acima da meta, desaceleração da atividade e custo elevado do crédito pode afetar o ritmo efetivo dessas vendas à medida que a capacidade de consumo das famílias tende a ficar mais restrita”, explica Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV.

O movimento ocorre em um ambiente marcado por restrições ao consumo. A intenção de compra das famílias caiu 0,5% em outubro, a terceira queda consecutiva. A pressão também vem das condições macroeconômicas: o IPCA deve fechar 2025 em 4,55%, acima do teto da meta de 4,5%, enquanto a Selic permanece em 15% ao ano, encarecendo o crédito para consumidores e empresas.

Imagem: Envato

 

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