Web Summit Rio 2024: transformação financeira e empresarial, do Drex às startups

Banco Central começa a receber propostas para segunda fase do Drex

Pela segunda vez na América Latina, nesta semana, estamos sendo prestigiados com o maior evento de tecnologia e inovação do mundo. E, desde o primeiro minuto, ficou claro que o Web Summit Rio 2024 está imerso em muitas novidades tecnológicas e ricas trocas de experiências, entre tantas palestras e painéis inéditos, ministrados por algumas das mentes mais brilhantes do mercado. A seguir, trarei os principais insights e as lições que aprendi (até agora).

Se há um assunto em evidência hoje, quando falamos em futuro do dinheiro e digitalização, é o Drex. Com todo o hype no ano passado, uma das palestras que recebeu grande destaque foi a do Fábio Araújo, coordenador da iniciativa do Real Digital no Banco Central. O executivo ressaltou a oportunidade do desenvolvimento de novos produtos financeiros a partir da criação do Drex para o País e refletiu sobre a necessidade de conexão com o projeto e seus participantes para identificar potenciais implementações em outros mercados, destacando a blockchain como uma infraestrutura chave.

E é claro que este novo ambiente de tokenização, pautado em dados, informações e produtos, exige naturalmente a integração com a Inteligência Artificial.

E eu não poderia concordar mais: o Drex, de fato, representa um avanço para o mercado financeiro brasileiro, proporcionando, sobretudo, inovação e eficiência. Isso não apenas transforma o cenário de inclusão financeira de todo o País, mas também ressalta o potencial da economia nacional frente a outros países, visto que há mais de três anos já experimentávamos a agilidade do TED antes mesmo do lançamento do Pix.

Diante disso, indagações interessantes foram levantadas pelo executivo sobre a contratação e o perfil de profissionais necessários para lidar com o Drex: será essa uma nova demanda? Surgirão outras profissões nesse contexto? O que se sabe é que essa pode, sim, ser uma exigência em breve, na busca por especialistas que compreendam a interseção entre o Drex, a blockchain e o desenvolvimento de novos modelos de negócio. Araújo encerrou a palestra mencionado os próximos passos do projeto, e aqui fica o meu conselho para acompanharmos o que vem por aí, monitorando de perto o cronograma oficial.

Na esteira rumo à nova economia, outro painel que fiz questão de acompanhar e trouxe dicas valiosas para angariar investimentos e impulsionar empresas, sobretudo startups, foi amplamente discutido por Gustavo Cruz, diretor da Scale-up Ventures, Filipe Garcia, COO da WOW Aceleradora, Miryam Lazarte, co-founder e CEO da Global Startups e GP da GSA Ventures, e Bruno Rosa, repórter de negócios do O Globo. Os executivos entendem que o investimento em startups exige uma compreensão profunda do modelo de captação de recursos de cada negócio, que se assemelha ao processo comercial de venda e acompanhamento.

Do início à expansão, a reflexão mais importante que fica é que essa relação entre empreendedores e investidores precisa ser pautada em uma comunicação constante para garantir o apoio financeiro contínuo, ainda mais em um mercado tão competitivo. Por outro lado, os fundos avaliam não apenas o plano de negócios dessas empresas, mas também a capacidade do seu time em aprender, se adaptar e demonstrar resiliência. Características essas que indicam o potencial para o sucesso de qualquer negócio.

Essa é a minha segunda experiência com o evento e está sendo ainda mais marcante que no ano passado. Finalizo o primeiro dia de Web Summit Rio com grandes ideias para já colocar em prática e pensar nas tendências que podem (e vão) mudar o mercado, mas muito empolgado com o que ainda está por vir. O evento continua nos próximos dias, vamos juntos?

Marcelo Queiroz é head de Estratégia e Novos Negócios da ClearSale
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Shutterstock

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