O Banco Central informou que o PIX está aberto para ser integrado ao WhatsApp. Mas a autarquia demonstra preocupação com o risco de que o Facebook queira construir um serviço fechado de pagamentos instantâneos, o que geraria uma fragmentação do mercado.
Segundo comunicado, o BC está acompanhando a iniciativa do WhatsApp e avalia que há grande potencial para sua integração ao PIX. Entretanto, o BC considera prematura qualquer iniciativa que possa gerar fragmentação de mercado e concentração em agentes específicos. O BC vai ser vigilante a qualquer desenvolvimento fechado ou que tenha componentes que inibam a interoperabilidade e limite seu objetivo de ter um sistema rápido, seguro, transparente, aberto e barato.
WhatsApp vai concorrer?
Ao longo dos últimos dois anos, o Banco Central realizou um trabalho para construir uma plataforma nacional de pagamentos instantâneos. O processo foi feito de forma democrática, com reuniões abertas a players de todos os portes e de todos os elos da cadeia de pagamentos e do sistema bancário brasileiros.
Especificações técnicas, de segurança e de negócios foram construídas ao longo desse período, por meio de reuniões de grupos de trabalho com representantes do BC e do mercado, no âmbito do Fórum de Pagamentos Instantâneos.
O objetivo foi o de criar um serviço de pagamento instantâneo que fosse efetivamente rápido, mas também aberto, seguro e barato, de forma a acelerar a digitalização dos pagamentos no Brasil, reduzindo a circulação de papel moeda, cujo custo de impressão, transporte e armazenamento é considerado alto.
Ainda não está claro se o WhatsApp quer concorrer diretamente com o PIX ou se vai aderir a ele. Oficialmente, a empresa diz estar avaliando essa possível integração.
Um fator que será considerado é o financeiro: as empresas que receberem pagamentos pelo Facebook Pay terão um custo de 3,99%, pagos à Cielo, responsável pelo processamento das transações.
A taxa vale tanto para pagamentos no débito quanto no crédito. Não foi informado se o WhatsApp fica com uma participação dessa tarifa. Por sua vez, as transferências entre pessoas físicas (P2P) no WhatsApp são gratuitas.
Uma saída para a integração pode estar na separação entre pagamentos por crédito e por débito. O PIX não envolve pagamento por crédito: trata-se de uma transferência de valores diretamente entre contas correntes, como um pagamento por cartão de débito.
O WhatsApp poderia aderir ao PIX para transação de débito e manter a cobrança de 3,99% para os pagamentos por crédito. Resta ver qual será a escolha estratégica do WhatsApp.
Com informações do portal Money Times.
* Imagem reprodução