Inadimplência cai, mas dívidas crescem em São Paulo no mês junho

A média de dívida por consumidor negativado em São Paulo era de R$ 5.409,68, somando todas as pendências

Inadimplência cai, mas dívidas crescem em São Paulo no mês junho

O número de devedores em São Paulo caiu 0,19% no mês de junho, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa é a sexta queda consecutiva, segundo levantamento realizado pelo SPC Brasil em parceria com a FCDL-SP. Apesar da redução no número de inadimplentes, o valor das dívidas em São Paulo continua a crescer.

Em junho de 2024, o total de dívidas em atraso aumentou 1,87% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento ficou abaixo da média da região Sudeste, que foi de 2,49%, e da média nacional, de 2,20%. De maio para junho, o número de dívidas em São Paulo cresceu 0,71%, enquanto na região Sudeste o aumento foi de 0,38%.

“Embora vimos uma queda no número de inadimplentes, é preocupante notar que o valor das dívidas vem aumentando a cada mês. O número indica que, mesmo com menos pessoas entrando em inadimplência, aqueles que já possuem dívidas estão acumulando mais débitos. A inflação elevada tem sido um fator para esse cenário”, afirma o presidente da FCDL-SP, Mauricio Stainoff.

Faixa etária

A análise por faixa etária revela que, em junho, a maior concentração de devedores em São Paulo estava entre aqueles com idades de 30 a 39 anos, representando 25,75% do total. Quanto à distribuição por sexo, os números são bastante equilibrados, com 50,22% dos devedores sendo mulheres e 49,78% homens.

Em junho de 2024, a média de dívida por consumidor negativado em São Paulo era de R$ 5.409,68, somando todas as pendências. Os dados também mostram que 25,19% dos consumidores inadimplentes tinham dívidas de até R$ 500, e esse percentual aumenta para 37,90% quando se trata de dívidas de até R$ 1.000. O tempo médio de atraso dos devedores era de 26,7 meses, sendo que 41,36% deles estavam inadimplentes há um período entre um e três anos.

Setores

O setor bancário foi o que mais contribuiu para o aumento das dívidas em São Paulo, representando 72,46% do total de débitos em atraso em junho de deste ano, seguido de água e luz (9,92%).

“Os consumidores muitas vezes recorrem a empréstimos e financiamentos para cobrir necessidades imediatas, mas acabam se endividando ainda mais devido às altas taxas de juros. Normalmente, torna-se um ciclo vicioso, onde a dívida se acumula mais rápido do que a capacidade de pagamento”, afirma a Stainoff.

Reincidentes no mês de junho

O Indicador de Reincidência de Pessoas Físicas do SPC Brasil em parceria com a FCDL-SP mede a quantidade de consumidores que apareceram nos cadastros de inadimplentes nos últimos 12 meses. Se, nesse intervalo (incluindo o mês referência), o consumidor foi negativado apenas uma vez, não é considerado reincidente; se foi negativado mais de uma vez, sendo uma no mês de referência, será considerado reincidente naquele mês de referência

De acordo com dados de junho, 85,88% das negativações no estado foram de devedores reincidentes, que já haviam aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses. Entre esses reincidentes, 62,61% não haviam quitado dívidas antigas até junho, e 23,27% tinham saído do cadastro, mas retornaram. Apenas 14,12% eram novos inadimplentes.

Imagem: Shutterstock

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