Como muitos de vocês devem estar acompanhando, as mentes do varejo estiveram reunidas nessa semana em Nova York para mais uma NRF Big Show.
Os temas como tecnologias emergentes, crescimento da população, mudanças de comportamento do consumidor, demanda por serviços e experiências tem direcionado as marcas para um processo de repensar a forma com que conduzem seus negócios para se manterem competitivas. Nessa nova era do varejo, as marcas mais inteligentes estão evoluindo de apenas vender produtos para criar valor e gerar experiências realmente significativas.
Eu acabo indo para o evento com um viés de desenvolvimento de negócios e expansão, e ouvi atenta à palestra do CEO da Whole Foods, Jason Buechel. Entre outros temas, ele falou sobre o quanto estão confiantes na estratégia de expandir os negócios por meio da abertura de novas lojas, diversificação de formatos e repensar de conceitos. E acredito muito nessa tríade para a evolução e crescimento das empresas, uma vez que abre novos mercados, alcança-se uma nova camada de consumidores e oferece a possibilidade de explorar novas fontes de receita.
Com uma marca tão significativa apostando suas fichas na abertura de novas lojas físicas (enquanto outras estão fechando) é um bom sinal. Além dos benefícios “tradicionais” da expansão, como falei acima, o repensar dos formatos também tem sido importante para o varejo.
Algumas marcas já tem seu mercado saturado quando considera modelos tradicionais de lojas, e formatos já consolidados. Ao repensar uma estratégia de expansão com base no desenvolvimento de novos formatos de lojas abre-se a oportunidade de ingressar em mercados antes considerados de baixo potencial que antes não comportavam uma estrutura tradicional do negócio.
Novos formatos compactos, eficientes e rentáveis que entreguem uma jornada de consumo fluida e interessante par ao consumidor podem ser o ponto de virada para acelerar a expansão, além de representarem otimização de recursos e modernização dos processos operacionais. Esses pequenos formatos de lojas têm sido também importantes para garantir a eficiência logística das marcas que operam no modelo omni, servindo como pontos de retirada e de entrega facilitada para os consumidores do digital.
Do ponto de vista da revisão dos conceitos, os benefícios vão além. Lojas inovadoras, focadas em entrega de experiência, serviços, curadoria de produtos, um bom storytelling, experiência de compra superior que entrega solução e não apenas uma transação, estão mais propensas a atrair a atenção dos consumidores por entenderem melhor suas necessidades e preferenciais pessoais.
Conceitos pensados para oferecer esse pacote de benefícios geralmente tem a tecnologia como aliada para oferecer informações relevantes para o consumidor tomar sua decisão de compra e para o varejista para conhecer melhor quem está comprando. Conceitos que são compostos entre outras coisas por um mix equilibrado entre design, inteligência de operação e tecnologia.
Então como falei, fiquei bem animada ao ver que o direcionamento estratégico para a expansão da Whole Foods está em linha com o que temos conversado há alguns anos com nossos clientes. A expansão não pode ficar limitada aos mercados tradicionais, nem aos modelos consolidados do negócio.
Novos mercados podem ser identificados, novas camadas de consumidores, uma nova proposta de valor pode ser criada a partir de um redesenho do conceito do negócio. E como resultado, colhemos lealdade e conexão com os consumidores e melhores resultados. 2023 está apenas começando, quero saber quem vem comigo para essa jornada!
Lyana Bittencourt é CEO do Grupo Bittencourt.
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