A onipresença de dispositivos conectados à internet: presente e futuro

Nos EUA, 64% das residências já utilizam esse serviço; a tendência é de alta mesmo após a pandemia

A onipresença de dispositivos conectados à internet: presente e futuro

Novos padrões, novas realidades: a vida após a pandemia foi severamente alterada. Isso é um fato. Muitos perguntavam quando que o normal voltaria; outros falavam sobre o “novo normal”. A verdade é que mudanças na sociedade acontecem há milênios. A diferença está na velocidade em que elas ocorrem e na forma como são aceitas e colocadas em prática.

Na perspectiva da tecnologia, a Internet of Things (IoT), em português “Internet das Coisas”, já é uma realidade, em especial, quando se trata do mundo corporativo, para as empresas que atuam nas cadeias de suprimentos. Por causa das interrupções ocorridas em 2020 e 2021, elas precisaram fazer um grande processo de integração e conexão, por meio da IoT, para fazer funcionar suas operações logísticas.

Do ponto de vista conceitual, mesmo que o nome “Internet das Coisas” já seja autoexplicativo, vale um breve comentário. A IoT descreve a rede de objetos físicos incorporados a sensores, software e outras tecnologias. O objetivo é conectar e trocar dados com outros dispositivos e sistemas pela internet. Os dispositivos podem ser objetos domésticos, ferramentas industriais sofisticadas, carros, máquinas, etc.

Todos os dados coletados pela IoT podem ser alimentados em algoritmos sofisticados que fornecem informações e análises e, ainda, fornecem insights acionáveis. As melhorias propostas podem tornar, por exemplo, as cadeias de suprimentos mais robustas. Quanto mais a IoT é acionada e trabalha, mais ela aprende e fornece dados e análises para melhorar o funcionamento de uma empresa ou cadeia de dispositivos interligados.

Neste contexto, um setor que se desenvolveu muito durante a pandemia foi o da saúde. A Internet das Coisas foi utilizada como tecnologia na telemedicina para diagnosticar e tratar pacientes. Os dispositivos permitiram que os médicos coletassem dados e para prestar atendimento médico a um maior número de pacientes sem o risco de infecção, como seria o caso do modelo presencial, por meio de interações pessoais. Esses dispositivos ainda podem ser usados para monitorar a frequência cardíaca e a pressão arterial ou fornecer insulina a pacientes com diabetes.

Nas residências, o uso de IoT cresce exponencialmente. No ano passado, 64% dos lares americanos utilizaram esses serviços por causa da pandemia. No entanto, 43% afirmaram que pretendem manter e aumentar o uso dos dispositivos nos próximos anos. A tendência é de alta.

Essa tecnologia também chega ao setor varejista de todo o mundo. Cada vez mais, veremos o comércio testando e adotando tecnologias que proporcionem experiência ao cliente e, também, aumento e aprendizado sobre a base de dados de clientes.

As ofertas “omnichannel”, por exemplo, são as novas apostas desse setor, em especial pela maior receptividade dos consumidores com compras online. Isso significa que os lojistas precisam entregar ao consumidor as experiências desejadas para receber, de volta, a lealdade à marca. Isso também poderá ser visto no ambiente físico com experiências de espelhos e provadores que usam a internet para melhorar a experiência do cliente na hora da compra.

A estratégia “omnicanal” para varejistas, portanto, é a verdadeira onipresença, ou seja, as marcas podem estar presentes em todos os lugares para atender às necessidades e desejos dos consumidores em qualquer momento. A partir de 2022, as marcas serão verdadeiras lojas gigantes, presentes no ambiente físico e no digital.

O comércio social é outra área em que a experiência do cliente deverá ser ainda mais profunda. Os carrinhos de compras colaborativas são uma outra tendência. Os compradores poderão hospedar seus carrinhos em sites ou aplicativos do varejista com amigos e familiares que podem adicionar itens uns aos outros para revisar e concretizar a compra. Algumas marcas já fizeram a mudança e aproveitaram a oportunidade.

As novas realidades já estão presentes ou onipresentes. Resta-nos, agora, entender como essas tecnologias podem ser aplicadas, na prática, em cada setor e em cada empresa. Mais do que uma ferramenta, a tecnologia é uma nova forma de viver e de entender a sociedade.

Carlos Carvalho é CEO da Truppe!
Imagem: Shutterstock

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