A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas, divulga dados atualizados sobre os impactos da Covid-19 nos comércios com os Índices de Consumo em Supermercados (ICS) e dos Índices de Consumo em Restaurantes (ICR), com base nas transações diárias realizadas, em julho de 2020, a partir da utilização dos cartões Alelo Alimentação e Alelo Refeição, em todo o território nacional.
Segundo os últimos resultados, o consumo no segmento de restaurantes registrou queda de 27,6% no valor total gasto no mês, acompanhada por uma redução de 47,5% no volume de transações realizadas com vale refeição (na comparação com as médias calculadas de julho de 2019). Além disso, o número de estabelecimentos comerciais que efetivaram transações em julho de 2020 foi 7,1% inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado.
Em junho, o consumo neste mesmo segmento havia registrado diminuição de 33,5% no valor total gasto (em relação a junho de 2019), acompanhada por uma redução de 53,4% no volume de transações realizadas. Nos meses anteriores, as quedas registradas sobre o valor das transações foram de 22,8% (março), 49,7% (abril) e 39,1% (maio).
“A combinação desses resultados pode ser explicada pelas maiores restrições sanitárias sobre a operação das atividades, bem como o afastamento de trabalhadores dos seus locais de trabalho. Contudo, em comparação aos meses anteriores, é possível observar a queda desses impactos negativos, possivelmente relacionados ao retorno gradual à atividade desses estabelecimentos, mesmo em horários e níveis de ocupação limitados pelas autoridades locais”, destaca Cesário Nakamura, presidente da Alelo.
Com base nos dados, o consumo em supermercados encerrou o período com aumento de 4,8% no valor total gasto (em relação a julho de 2019), enquanto o número de estabelecimentos que registraram transações utilizando como meio de pagamento o benefício alimentação apresentou ligeira alta no período (+1,0%). Por outro lado, informações do último mês ainda revelam que o volume de transações realizadas em supermercados ainda é 14,8% inferior ao registrado no mesmo período de 2019.
Segundo a Fipe, os últimos resultados apresentados tanto para o ICR quanto para o ICS estão em linhas com a recuperação observada em outros indicadores de atividade econômica, como produção industrial, vendas do comércio e serviços. Ainda que de forma parcial e com restrições, o comportamento dos indicadores aponta para retomada da vida econômica nos grandes centros urbanos, o aumento da circulação das pessoas nas ruas e da alimentação fora do domicílio.
Vale destacar que os Índices de Consumo em Supermercados (ICS), acompanham as transações realizadas em estabelecimentos como supermercados, quitandas, mercearias, hortifrútis, sacolões, entre outros; e os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR), focam na evolução do consumo de refeições prontas em estabelecimentos como restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, além de serviços de entrega (delivery) e retirada em balcão/para viagem (pick-up).
Dados regionais
Ao fazer um recorte regional, o levantamento revela que os efeitos da pandemia continuam se distribuindo de forma heterogênea sobre os estados brasileiros, refletindo a descentralização e as diferenças temporais entre os processos de fechamento e abertura das economias locais, bem como a interiorização da pandemia.
Adotando como parâmetro o valor gasto em restaurantes, é possível evidenciar que as regiões mais impactadas negativamente em julho foram a Nordeste (-34,2%) e Sul (-32,4%), contrastando com os menores impactos observados na média das regiões Norte (-21,8%) e Sudeste (-26,6%). A região Centro-Oeste ocupou posição intermediária, com a variação de -26,8%.
Os estados que registraram os maiores impactos negativos no valor gasto em restaurantes foram: Piauí (-59,9%), Maranhão (-57,3%), Roraima (-51,5%), Alagoas (-44,4%) e Bahia (-41,1%), contrapondo-se àquelas que apresentaram menor redução: Mato Grosso do Sul (-14,7%), Amazonas (-15,5%), Santa Catarina (-22,9%), São Paulo (-24,9%) e Goiás (-25,0%).
Em relação ao consumo em outras unidades federativas importantes, vale mencionar: Rio de Janeiro (-30,4%), Minas Gerais (-33,5%) Distrito Federal (-25,8%), Rio Grande do Sul (-34,4%) e Paraná (-37,9%).
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