Volta ao básico bem-feito, Inteligência Artificial, dados, experiência, personalização… O varejo tem ouvido muitas palavras e expressões que viraram ou continuaram como tendência, pensando principalmente nas inovações tecnológicas e na mudança do comportamento do consumidor.
E quais serão as palavras, expressões e tendências que devem nortear o varejo no ano de 2025? Segundo Rafael Reolon, diretor de Retail na Linx, empresa especialista em tecnologia para o varejo, tudo que vem acontecendo no mundo aponta para um futuro em que dados, tecnologia e experiências personalizadas serão protagonistas. Abaixo, segundo o executivo, confira cinco tendências para ficar de olho e colocar em prática a partir de 2025:
1. Uso estratégico de dados
A análise de dados continuará sendo o coração das decisões estratégicas no varejo. Empresas que utilizam tecnologias para captar e interpretar informações do consumidor conseguem prever demandas, personalizar ofertas e otimizar estoques com mais precisão. Para Reolon, com o apoio de tecnologias como a Inteligência Artificial, os varejistas podem identificar padrões de consumo, antecipar tendências e fornecer recomendações personalizadas aos clientes. “A IA é capaz de processar grandes volumes de dados em tempo real, tornando a estratégia de dados ainda mais eficiente e precisa”, afirma.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Ebit/Nielsen, empresas que utilizam Inteligência Artificial em sua estratégia registram um crescimento médio de 15% nas vendas e um aumento de 10% na satisfação do cliente. “Os dados, aliados à inteligência artificial, permitem uma abordagem mais inteligente e ágil para atender as necessidades do consumidor, oferecendo experiências únicas e relevantes”, destaca Reolon.
2. Personalização de experiências
Com consumidores cada vez mais exigentes, a personalização é essencial para aumentar vendas e fidelizar clientes. Segundo uma pesquisa da Bain & Company, clientes fiéis tendem a gastar 67% a mais do que novos consumidores. Para o diretor de Retail da Linx, tecnologias de IA têm um papel central nessa estratégia, permitindo criar interações mais relevantes e previsões para entender melhor as preferências de cada cliente, antecipar necessidades e oferecer recomendações personalizadas.
“Nesse sentido, o conceito de concierge commerce entra em cena, transformando o varejista em um consultor pessoal para o cliente. Essa abordagem permite oferecer sugestões sob medida e acompanhar toda a jornada de compra. O concierge commerce é especialmente eficaz no mercado de luxo e em nichos, mas vem sendo adotado em setores mais amplos para fortalecer a lealdade dos clientes. É uma tendência para ficar de olho e começar a implementar o mais rápido possível”, explica Rafael Reolon.
Outra grande tendência para o diretor de Retail da Linx é o conversational commerce, que utiliza ferramentas como WhatsApp e outros aplicativos de mensagem para criar um canal de interação próximo e eficiente. Nesse modelo, o cliente pode receber orientações em tempo real, consultar produtos e fechar compras diretamente pela conversa. “Ferramentas como o WhatsApp oferecem uma experiência de compra personalizada, onde dúvidas são resolvidas rapidamente, criando uma relação de confiança e proximidade”, revela Reolon.
Esses recursos não apenas aumentam as vendas, mas também fortalecem o relacionamento com os clientes, tornando a marca mais presente e confiável no dia a dia dos consumidores.
3. Omnichannel como estratégia indispensável
O omnichannel, que integra canais on e offline, é uma necessidade para o varejo. “A experiência do cliente precisa ser fluída e conectada, permitindo que ele transite entre diferentes canais sem atritos. O consumidor de hoje quer comprar no lugar mais conveniente, seja online, na loja física ou até por redes sociais, e espera que as marcas entreguem uma experiência consistente”, diz o executivo.
Reolon explica que um cliente pode iniciar uma compra no site, concluir pelo WhatsApp e retirar na loja. “Essa integração exige tecnologias robustas de gestão e atendimento para manter todos os pontos de contato conectados. Varejistas que investirem no omnichannel estarão mais preparados para atender às expectativas dos consumidores modernos e aumentar sua competitividade”, afirma.
4. Retail Media como nova fonte de receita
O varejo tem se consolidado como um canal poderoso para marcas alcançarem seus públicos. Com o crescimento do e-commerce e o uso de dados, varejistas podem monetizar suas plataformas digitais por meio de anúncios direcionados, criando outro fluxo de receita. “O retail media representa uma oportunidade para varejistas transformarem suas audiências em ativos rentáveis. É uma forma de agregar valor ao consumidor enquanto gera retorno financeiro”, explica Reolon.
5. Autoatendimento para otimizar a operação
De acordo com Rafael Reolon, totens, aplicativos e caixas de autoatendimento continuarão em alta em 2025 e nos próximos anos, oferecendo conveniência aos clientes e eficiência para os lojistas. Essa tecnologia é capaz de reduzir filas e o tempo de espera do cliente, além de melhorar a experiência de compra, especialmente em momentos de alta demanda. “Empresas que investem em autoatendimento criam um ciclo positivo de satisfação do cliente e aumento de produtividade da equipe”, aponta Rafael.
Segundo o executivo da Linx, essas cinco tendências refletem o caminho que o varejo deve seguir para se adaptar às novas demandas do mercado e aos avanços tecnológicos, principalmente olhando para o consumidor. Para Reolon, empresas que investirem nessas inovações estarão mais preparadas para crescer e se destacar em um cenário de mudanças rápidas.
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