Estamos acompanhando, nos últimos anos, um crescimento virtuoso do e-commerce no Brasil. Mesmo em um ano muito ruim para nossa economia, como foi 2016, os números do nosso varejo virtual se mostraram satisfatórios, entregando um pequeno crescimento real (7,4% nominal), mas consistente no número de e-consumidores e no valor da cesta média desse consumidor (segundo dados da Ebit).

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Entretanto, ainda existe outro estilo de compra que vem crescendo e que se mostra como uma tendência do nosso e-consumidor: buscar produto, comparar preço e comprar em sites internacionais. Estima-se que, em 2016, alcançamos o número de 21 milhões de e-consumidores que realizaram pelo menos uma compra em sites internacionais. Isso representa 44% do total de compradores virtuais do país.

Outro dado que reforça essa tendência é o ritmo de crescimento que essas lojas vêm apresentando. Enquanto o mercado subiu 7,4% (como apresentado acima), as compras nos sites internacionais apresentaram um salto de 18%, atingindo um volume total de R$ 2,4 bilhões (o que representa 5% do mercado total de e-commerce). Mas o que leva o consumidor brasileiro a buscar esse estilo de compra?

A resposta é muito simples: PREÇO e SORTIMENTO.

No título deste artigo, há um comparativo com um movimento que começou há algumas décadas, no qual brasileiros iam até Miami (no estado da Flórida, nos EUA) para realizar compras devido aos preços baixos e à grande variedade de produtos. Ainda vemos esse movimento muito forte em alguns nichos de mercado, como enxoval para recém-nascidos.

Nos principais sites internacionais é possível encontrar uma quantidade incrível de produtos. Funcionando no formato marketplace, agregam diversos tipos de produtos, sendo quase impossível não encontrar o produto procurado por um preço conveniente. E mesmo podendo pagar um frete significativamente mais caro, o desembolso final para o consumidor acaba sendo vantajoso.

Entretanto, como em uma viagem para o exterior, essa modalidade de compra traz alguns riscos consideráveis, muitas vezes não avaliados pelos consumidores e que podem levar a uma experiência bastante ruim. Podemos citar alguns deles:

  • O prazo médio de entrega é acima (ou BEM acima) de 30 dias. O consumidor deve ter paciência para receber esse produto e avaliar a real necessidade da compra. Muitas vezes, quando ele receber esse produto já terá comprado um produto substituto ou terá perdido o impulso da compra.
  • Existem poucas opções de crédito e parcelamento. O consumidor deve avaliar qual o real benefício e pagar menos versus a uma compra parcelada sem juros.
  • Muita dificuldade com a logística reversa. Caso o consumidor precise trocar ou devolver um produto, essa tarefa vai se tornar uma jornada quase impossível.
  • Risco de o custo estourar. A Receita Federal está cada vez mais de olho nessa modalidade de compra para evitar sonegação fiscal. Assim, sempre haverá o risco de multa e impostos adicionais. Para escapar desse tipo de fiscalização, inclusive, já existem alguns aplicativos e serviços pessoais de reembalagem para que as compras sejam enviadas de forma pessoal.

Mesmo diante dessas dificuldades, essa tendência se mostra irreversível para os próximos anos. Novamente devemos acompanhar os movimentos de mercado para evitar perda de receita aqui em nosso país. Essa batalha é muito dura, pois nosso mercado e-commerce já utiliza há bastante tempo suas duas armas mais fortes: parcelamento sem juros e frete grátis. Assim, teremos que ser ainda mais criativos.

Redação

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