Quem inova sobrevive e cresce e quem não inova desaparece. Tão simples assim.
Por sua condição de mudar positivamente a realidade, a inovação, para todos os setores, se transformou em um dos elementos mais fundamentais do cenário global.
A visão mundial mais abrangente tende a associar inovação com o setor industrial, mas, no varejo, tem um papel fundamental, considerando as dimensões das transformações precipitadas pela era digital.
A medida da grau de inovação entre países é avaliada anualmente e, no último dia 10 de julho, foi divulgado o Global Innovation Index (GII) 2018, em sua 11a edição, que colocou o Brasil na posição 64 numa escala que abrange perto de 130 países. Em 2017 estava na posição 69.
O GII é apurado por diversas instituições e é resultado da colaboração entre a Universidade Cornell, a INSEAD e a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). No Brasil conta com o apoio da CNI – Confederação Nacional da Indústria e do Sebrae.
Seu cálculo é baseado na ponderação de uma série de fatores e como resultado é definida a classificação de cada país no ranking global. Em 2018, os seis primeiros países foram Suiça, Holanda, Suécia, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos. Na América Latina, os três primeiros foram Chile, Costa Rica e México.
E a inovação no varejo, como acontece?
Se pudéssemos medir globalmente a inovação com origem no varejo, provavelmente nos decepcionaríamos pelo baixo investimento dedicado pelas maiores corporações do setor ao tema. São poucas corporações que têm uma estrutura dedicada de forma permanente ao assunto.
De forma geral, o varejo no mundo deixa a pesquisa e a inovação para seus fornedores e define depois o que irá incorporar em suas plataformas, de forma muita vezes reativa, integrando o que faz mais sentido de acordo com sua visão futura. E, muitas vezes, evitando ser precursor, e até preferindo ser seguidor, incorporando o que deu certo.
Não é nas visitas às lojas que se conhece a inovação do varejo.
Ela é apresentada muito antes nos eventos mais importantes do setor pelo mundo. É na NRF-Show em Nova York, anualmente em janeiro, ou na Euroshop, a cada três anos, em Dusseldorf, ou no Latam Retail Show, anualmente em agosto, em São Paulo, que pode ser visto o que estará nas lojas e todos os demais canais de distribuição posterioremente.
Não é exatamente nas organizações varejistas que começa a inovação.
Ela é antes pesquisada, desenvolvida, implantada e medida pelos fornecedores de produtos, instalações, tecnologia, sistemas, equipamentos e serviços para o setor. O varejo avalia o que é apresentado e proposto e decide implantar.
Talvez a maior exceção fique por conta do comércio eletronico, pois os chamados “pure players”, ou operadores que não tem histórico de atuação em outros canais de distribuição, inovam e lançam seus conceitos diretamente no mercado também apoiados pelas empresas de tecnologia e aplicações digitais que participam do desenvolvimento conjunto de novas soluções.
No Brasil, correndo algum risco de avaliacão, encontramos no varejo estruturas dedicadas à inovação no varejo em empresas como Magazine Luíza, Carrefour, Pão de Açúcar, Via Varejo, O Boticário, Natura. A lista definitiva não será muito maior do que esta, sem contar, evidentemente, com algumas outras corporações globais que importam a inovação desenvolvida fora do país.
Mas o varejo é provavelmente um dos setores mais demandantes de inovação por conta da crescente competitividade e por sua conexão direta com o Omniconsumidor, o segmento com maior poder transformador de hábitos, atitudes, comportamentos e demandas.
As organizações varejistas globais e nacionais que têm se destacado em desempenho são aquelas que têm estado mais sensíveis ao tema da inovação, com estruturas dedicadas para isso e trabalhando de forma integrada com seus mais diversos fornecedores.
Sempre buscando, em conjunto, acelerar o processo de pesquisa, desenvolvimento, implantação e monitoramento de desempenho e, ao mesmo tempo, conciliar o aumento de eficiência e resultados para a própria empresa com a melhora da experiência e da satisfação de seus consumidores.
Repensar estrategicamente o papel crítico da inovação no setor de varejo talvez seja hoje uma das mais importantes áreas de decisão na cúpula das empresas pelo que significa de construção do futuro.
Nota:
Entre os dias 28 e 30 de agosto, no Latam Retail Show, no Expo Center Norte, em São Paulo, serão apresentadas as perspectivas de curto, médio e longo prazo que irão impactar os diversos canais de vendas e relacionamento no Brasil, na América Latina e no mundo, pelas visões e contribuições de mais de 160 palestrantes e debatedores, líderes que inspiram líderes, em diversos painéis, bem como pela exposição de novos conceitos e oportunidades com a visão da transformação dos setores pela inovação.
Olá
Acompanho seus e-mails com muito interesse e são bastante úteis pra mim. A questão que gostaria de tratar é que moro numa cidade de 70.000 habitantes onde a maioria das pessoas trabalha no varejo, salários baixos. Procuro me informar sobre tecnologia e inovação, estudo muito e minha preocupação e desejo é descobrir como ajudar essa fatia gigante do varejo formada por pessoas totalmente desinformadas. Percebo que a cultura digital é fundamental para enfrentar essa revolução, mas muitos acham que basta umas postagens no Facebook e já são digitais. Nesse sentido tem alguma indicação para me dar? de conteúdo, informações, possíveis de serem usadas por aqui. Abraço e obrigada.
Claudia Nascimento bom dia entendo muito bem seu problema, te superei minha cidade tem 30 mil habitantes – Piracaia/SP Bella Brasil modas. Estas matérias são pautadas com subisidios de dados de grandes varejistas, faturamento acima de 1 milhão, mais de 3000 itens e mais de 200 fornecedores, possuem acima de 10 lojas com áreas de PDV 200m², população acima de 500mil.
Estas analises para o nosso cenário é quase que impraticável, porque? Porque estas ferramentas mudam o faturamento em 5%, 10% no máximo 20% o faturamento, onde se fatura 15 mil ate 70 mil reais estas mudanças NÂO geram impactos expressivos. Os esforços são muito grandes que se depara com o cenário local os quais:o povo não tem o habito ou a educação destas ferramentas – então não tem valor percebido, a cultura da cidade é pequena na cabeça do cliente, são poucos que entende, existe muito picuinha pelo facebook e instagem, respeito pelo concorrente que só serve para criticar e não apoiar pois são problemas de cultura local, capacidade do cliente de entendimento, questões de privacidade local.
SUGESTÃO: Devemos nos ajustar com ferramentas em massa para as ferramentas locais, pesquise sobre omni channel, e entenda-o que isto lhe dará um bom norte, de como usar e como se ajustar no seu pequeno município. Falo isto com propriedade já montei mais de 2000 lojas e trabalho muito com pequenos municípios.
Sou Fabio Cangianelli lojista do município de Piracaia com 25 mil habitantes e gostaria de compartilhar que somo carentes de praticas para pequenos lojistas e da realidade que sofremos com crise, falta de incentivo, crediários próprios na fichinha, cultura local muito forte, falta de incentivo politico dos pequenos municípios que estão largados pelo estado, desemprego absurdo, pois quem gera a a economia locas deste pequenos municípios são os próprios comerciantes. E assim que temos que estudar e nossas dificuldades e nos superar.
Obrigado pelo espaço e pela Claudia Nascimento se pronunciar, foi a 1° vez que veja um pequeno lojista nestes comentários.