NRF 2021: “Pivotar” foi a palavra de ordem de empresas durante a pandemia

Você já ouviu o termo “pivotar”? É quando, no mundo dos negócios, as empresas precisam mudar a estratégia e a maneira de agir. E isso foi extremamente necessário durante a pandemia, quando diversas as empresas se viram obrigadas a oferecer mais do que um produto ou serviço e mostrar que estavam preocupadas de verdade com seus valores.

O assunto foi tema de um dos painéis da edição virtual da NRF 2021 mediado por Emily Heyward, cofundadora da Red Antler, empresa que ajuda a criar estratégias para outras marcas. O evento tem cobertura completa do portal Mercado&Consumo.

O primeiro case apresentado foi o da Judy, startup de kits para emergências fundada em janeiro de 2020. Os empreendedores queriam atender os consumidores em situações mais rotineiras, como acidentes domésticos, por exemplo – foi então que a pandemia de coronavírus ganhou força, tornando-se a maior emergência dos últimos tempos.

“Nós não formulados preparados para o que isso seria”, diz Simon Huck, cofundador e CEO da Judy. No kit da empresa já havia máscaras N95, mas a ideia era que seriam usadas ​​em casos de incêndios domésticos. “Tínhamos uma pilha dessas máscaras que, como um negócio, não poderíamos mais manter. Então imediatamente doamos de todo o nosso estoque de máscaras para o sistema de saúde dos EUA”, afirma. “Isso nos ensinou que temos que estar preparados para qualquer tipo de emergência.”

Além disso, eles tomaram mais cuidado com a disseminação das informações. Por exemplo, quando uma pandemia começou, não era recomendado o uso de máscara, mas depois o item tornou-se fundamental para a contenção do vírus. Eles então decidiram que, além dos produtos, proveriam conteúdo confiável, elaborado por profissionais da saúde.

“Apesar de termos investidores e acionistas e estarmos comandando um negócio, nós tivemos que desligar e virar um hub de credibilidade e informação”, afirma Huck.

O que realmente é importante na vida?

Também estava presente no debate Lauren Chan, fundadora e CEO da Henning, marca de roupas plus size. A empreendedora trabalhava com o modelo havia dez anos, quando viu essa brecha no mercado. “Eu estava tentando me encaixar, mas nunca me senti completamente incluída”, diz Lauren. “Se eu pensar em como isso me fez sentir esses anos, e como todas as mulheres plus size se sentiam quando tinham que ir ao trabalho ou um encontro, vejo que ser excluída da moda tem efeitos mentalmente desvastadores.” Então, ela decidiu criar produtos que ajudassem essas mulheres.

Com a pandemia – e um questionamento em relação ao que realmente era importante na vida -, as pessoas foram estimuladas a refletir sobre a moda e o que vestiam. Pensando sobre seu próprio negócio, Lauren decidiu mudar a mensagem que passava, falando mais sobre ética, qualidade de trabalho e coisas feitas localmente. “Isso é o contrário do que as pessoas querem com os negócios de moda de US$ 1 bilhão. Foi difícil”, afirma.

Ela começou a produzir newsletters mais pessoais e sinceras, não apenas focando nas vendas de roupas. Além disso, a empresa se concentra em causas sociais. Depois da morte de George Floyd, recomendou livros que podiam ajudar a entender o combate ao racismo, por exemplo. “Nós não queremos que você compre roupas, queremos que você leia esse livro. Por favor, faça isso e volte depois” era a mensagem passada pela marca.

Imagem: Bigstock

Sair da versão mobile