Cerca de 37% dos brasileiros afirmam ter alguém na família que perdeu o emprego no último ano. Por outro lado, entre os 26% que trocaram de emprego, cerca de 28% conseguiram um emprego melhor e 54% um salário maior. Entre os trabalhadores que não mudaram de emprego, quase metade foi promovida ou recebeu algum aumento salarial.
Os dados são da Pesquisa Alelo Hábitos Financeiros dos Brasileiros, realizada pela Alelo em parceria com o Ibope Conecta. O estudo inédito ouviu 2.810 pessoas das classes ABC, entre 18 e 65 anos, sendo 45% homens e 55% mulheres. A pesquisa foi realizada em 11 capitais brasileiras e no interior dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro e mapeou o impacto nos orçamentos e as soluções encontradas por milhares de trabalhadores. Entre os entrevistados, 77% estão empregados, 18% desempregados e 5% são estudantes.
Plano B em caso de demissão
A pesquisa revelou que boa parte dos brasileiros já mantém um plano B em caso de desemprego: 24% dos trabalhadores têm uma atividade de renda extra, enquanto 11% possuem outra fonte de renda além do salário (aluguel, rendimento, pensão) e 19% afirmam ter uma reserva de dinheiro para o caso de desemprego. Já 23% relevam que trabalhariam como autônomos ou freelancers em caso de demissão e 31% afirmam não ter nenhum plano B caso fiquem sem emprego.
Dos 23% que pretendem trabalhar como autônomos ou freelancers, caso sejam demitidos, 44% seguiriam prestando serviços em sua profissão, 20% passariam a vender bolos/doces – o número é maior entre as mulheres (32%)- 20% seriam motoristas de aplicativos de carona, como Uber, 99POP e Cabify – o número é maior entre os homens (29%) – 18% afirmam que dariam aula particular, 16% venderiam artesanato e 15% fariam bicos de serviços para casa.
Desempregados
Dos trabalhadores desempregados, 47% estão fora do mercado de trabalho há mais de 1 ano. Este número é maior entre profissionais que têm de 55 a 65 anos, onde o percentual cresce para 73%. A pesquisa apontou ainda que 61% foram demitidos do último emprego – o número é ainda maior entre os profissionais com idades de 35 a 54 anos, com 67%. O motivo de pedir demissão também pode ter sido insatisfação no emprego: 13% afirmam ter saído porque estavam infelizes – entre os jovens de 18 e 24 anos, o número é maior, com 20%.
Constatou-se que 58% dos trabalhadores atualmente desempregados tinham algum plano B em caso de demissão. Destes, 9% já mantinham uma atividade de renda extra: 27% vendiam bolos/doces, 20% vendiam artesanato e 11% eram motoristas de aplicativos de carona. Dentre os 19% de desempregados que começaram a trabalhar como freelancer, 23% optaram por continuar a prestar serviços na mesma profissão que exerciam quando empregados.
Busca por emprego
O salário é o principal fator levado em consideração pelos brasileiros que estão em busca de uma vaga, representando a escolha de 41% dos entrevistados. O segundo motivo mais importante, de acordo com a pesquisa, é a oferta de benefícios, com 30%; seguido pela distância de casa, com 16% e reputação da empresa, com 12%.
A distância de casa é mais valorizada pelas mulheres – o número cresce para 18%. Já o salário tem peso maior para os entrevistados de 25 a 34 anos (48%), enquanto apenas 35% dos trabalhadores de 55 a 65 anos consideram a remuneração como mais importante. Para esta faixa da população, a reputação da empresa também é um fator de relevância, com 22%.
Impactos do cenário econômico
Segundo a pesquisa, o cenário econômico impactou 85% dos brasileiros nos últimos 12 meses. Destes, 73% tiveram que cortar despesas, enquanto 12% pediram dinheiro emprestado para amigos/familiares, 11% resgataram investimentos, 5% venderam o carro/moto e 4% pediram adiantamento salarial. Apenas 15% dos brasileiros afirmam que não foram afetados.
Entre os que precisaram cortar despesas, 62% passaram a consumir marcas mais baratas e 61% a sair para comer fora com menos frequência. Quase metade dos brasileiros deixou de viajar, enquanto 47% abriram mão de hobbies, 47% começaram a comparar preços antes de fazer compras, 45% a ir em mercados mais baratos e que oferecem mais promoções, 41% pararam de comprar produtos dispensáveis, 27% substituíram medicamentos de marca por genéricos, 21% optaram por usar o transporte público com mais frequência.
Gestão do orçamento familiar
Cerca de 80% dos brasileiros costumam fazer a gestão do orçamento familiar e mais da metade faz há mais de um ano. A pesquisa revelou ainda que cerca de 90% dos brasileiros, que fazem a gestão do orçamento familiar, definem um limite de gastos, porém apenas 29% afirmam não ultrapassar o limite definido.
O planejamento contempla principalmente o pagamento de dívidas e compra de bens, como casa ou carro: 37% estão organizando as finanças para pagar as dívidas, 30% para comprar uma casa – destaque para a classe C, em que o número sobe para 37% – 30% estão juntando para comprar um carro, 23% para uma viagem internacional e 23% economizando para a aposentadoria.
Quando o assunto é a distribuição dos gastos familiares, os brasileiros direcionam, em média, cerca de 30% do orçamento para gastos com alimentação. A pesquisa apontou ainda que moradia representa 15% do orçamento, seguidos por transportes (10,8%) e lazer (5%). Gastos com educação e medicamentos empatam com 7%.
Os brasileiros destinam apenas 6% do orçamento para economias, sendo que 52% dos entrevistados afirmam não economizar nada, principalmente entre os jovens de 18 a 24 anos, em que o número atinge 56%. A classe A se destaca por economizar em média 8,3% da renda mensal, enquanto a classe B economiza em média 6,8% e classe C, 2,5%.
Esta é a primeira edição da Pesquisa Alelo Hábitos Financeiros dos Trabalhadores Brasileiros. Em 2016, a companhia realizou a Pesquisa Mobilidade Alelo, em 2015 e 2014 divulgou a Pesquisa Alelo Hábitos Alimentares do Trabalhador Brasileiro.
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