Como líderes devem gerenciar crises: de falhas mecânicas a eventos naturais

Como líderes devem gerenciar crises: de falhas mecânicas a eventos naturais

Será cada vez mais comum nos depararmos com mudanças ao nosso redor. Fatores econômicos, sociais e até mesmo condições naturais impactam diretamente nosso cotidiano. Como sociedade, precisamos nos adaptar a essas transformações. Para os negócios, não há exceção: empresas e, especialmente, líderes devem encontrar novos caminhos e reinventar seus modelos de negócio constantemente.

Desastres como o rompimento da barragem em Brumadinho, em 2019, que foi o maior acidente de trabalho do Brasil, em termos de perda de vidas humanas, e o segundo maior desastre industrial do século, resultando na morte de 270 pessoas, ou o incidente da Latam, no qual 50 pessoas ficaram feridas em um voo entre Austrália e Nova Zelândia, em março deste ano, nos mostram que estamos suscetíveis a incidentes a todo instante, seja por falha mecânica, erro humano ou até mesmo por um evento natural.

Por razões como essas, os líderes precisam estar bem preparados para enfrentar momentos de tragédia que envolvem não apenas uma crise na imagem corporativa, mas, principalmente, um impacto social. Isso nos mostra que, além das responsabilidades empresariais, temos deveres humanos.

O caso mais recente que mobilizou o Brasil, as enchentes no Rio Grande do Sul, destaca a necessidade de as corporações desenvolverem habilidades humanas para enfrentar situações cada vez mais desafiadoras. Demonstrar empatia e solidariedade às comunidades afetadas é o mínimo que devemos fazer como cidadãos.

Crises globais e nacionais, como guerras e desastres naturais, ressaltam a importância do nosso papel como sociedade em apoiar e enfrentar esses problemas juntos. Isso exige resiliência e capacidade de reinvenção. Vale lembrar também que esse apoio deve ser genuíno, e não motivado por interesses publicitários.

Todos estes casos, embora atípicos, destacam o quanto questões empresariais se tornam insignificantes quando pessoas estão desabrigadas, sem comida e com suas vidas em risco. É através de ações tangíveis como essas que podemos fazer a diferença real na vida das pessoas afetadas.

Para as empresas, é essencial oferecer uma ajuda prática e eficaz, compreendendo as reais necessidades das pessoas impactadas, e fornecer apoio concreto às vítimas, como doações financeiras, materiais e serviços essenciais, incluindo alimentos, água potável, roupas e abrigo temporário.

A colaboração com organizações não governamentais, agências de socorro e autoridades locais também é fundamental para coordenar os esforços de ajuda de forma eficiente, além de garantir que as contribuições sejam direcionadas para onde são mais necessárias. É importante que todas as ações realizadas sejam transparentes e prestem contas à comunidade, garantindo a confiança e a credibilidade das iniciativas de apoio.

São mudanças como estas que precisamos fazer no mundo. Líderes ao redor de todo o globo estão preocupados com a viabilidade e a resiliência de suas empresas no longo prazo, conforme revela a 27ª pesquisa global da CEO Survey 2024, da PWC. Segundo o levantamento, 41% dos CEOs no Brasil e 45% no mundo não acreditam que suas organizações sobreviverão mais de 10 anos sem mudanças significativas.

Esses líderes entendem a urgência de adotar abordagens ousadas para alcançar resultados sustentáveis. A pesquisa enfatiza a necessidade de adaptação frente à disrupção tecnológica, às mudanças climáticas e a outras megatendências globais. Nos próximos três anos, os CEOs esperam enfrentar pressões crescentes devido a essas transformações tecnológicas, às novas preferências dos consumidores e às questões ambientais.

Claudia Elisa é especialista em ESG e na transformação de negócios.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Shutterstock

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