No final do mês de junho aconteceu a maior feira de franquias do mundo. E vocês podem pensar que para participar é necessário viajar para algum mercado internacional. Mas eu te digo que ela acontece aqui mesmo no Brasil, em São Paulo. Sempre que a ABF Expo Franchising acontece, vemos os olhos de alguns empresários brilharem por vislumbrarem um novo caminho para a expansão de suas marcas.
Ao verem a magnitude do evento e quantidade de empresas que apostam nesse setor e, principalmente, a quantidade de pessoas que desejam empreender no sistema, eles começam vislumbrar a oportunidade de ter parceiros externos ao negócio, que vão seguir as regras da marca e fazê-la chegar a mais mercados sem investimento direto da companhia. De fato, estão certos de que essa é uma grande vantagem. Mas o franchising vai além.
Uma de nossas grandes missões ainda antes de começar um projeto de consultoria é dar a visão clara de que ingressar no franchising exige, sim, investimento da marca nesse processo e muita dedicação.
Criar a estrutura da franqueadora que vai dar suporte à nova rede que se forma, com processos bem definidos, pessoas adequadas e especializadas no franchising e que estão focadas em fazer o negócio dar certo para ambas as partes – franqueados e franqueadora -, exige esforço, dedicação e investimento.
Estruturar a empresa para dar esse passo vai desde a elaboração dos manuais, que vão tangibilizar todo o know-how da marca por meio de processos padronizados, ao desenvolvimento dos treinamentos para os franqueados, a confecção de toda a documentação jurídica para proteger a marca e resguardar a empresa de estar dentro do que rege a legislação do sistema de franquias e muito mais.
Mas antes de tudo isso, as perguntas que devem ser respondidas são: será que está na hora de franquear o negócio? Será que este empresário está pronto? O mercado tende a receber bem esse novo negócio? Ele é viável financeiramente?
E como descobrir se o momento é oportuno para a empresa? Fazendo uma análise profunda do negócio. No processo de análise da franqueabilidade, a empresa é examinada no detalhe: percepção da marca no mercado, aceitação do produto/serviço, avaliação dos consumidores, estrutura de custos e de resultados, capacidade de abastecimento e de gerar resultados consistentes e até mesmo o básico, como o seu nível de formalização.
Somente depois de definida a viabilidade do ingresso da marca no franchising é que chega-se à fase tão desejada pelas empresas que é a de ver o negócio expandir e ganhar mercado com franqueados à frente do negócio.
E aí, sim, a marca começa efetivamente a estar a um passo de estar entre aquelas que buscam candidatos a franquia numa expo tão importante como a nossa. Se quiser estar lá, é melhor se preparar.
Lyana Bittencourt é CEO do Grupo Bittencourt.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
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