Não basta ser Omni, a marca tem que ter alma

Mais do que ter alma as marcas devem tocar a alma dos seus clientes, do passante e do público digital. Vou contar a minha experiência pessoal do último final de semana na Omnistory Ayrton Senna Experience. Em torno de 6 meses atrás, tive a oportunidade de entrar em um projeto que envolvia o nome do Ayrton Senna, nosso eterno herói brasileiro.

Ayrton Senna, fatidicamente, faleceu naquele acidente em Ímola, há cerca de 24 anos. Para qualquer brasileiro, acredito que, nascido nas décadas de 40 a 80, o Ayrton era mais que um ídolo, ele era o sabor dos domingos de manhã. Ele trazia a união das famílias que, naquela época, ainda assistiam televisão juntas.

Enfim, o desafio do projeto, no qual eu me incluía, era montar uma loja inteligente que reuniria os últimos recursos tecnológicos disponíveis no mercado combinado a peças históricas pertencidas ao Senna e produtos, especialmente curados, importados e disponibilizados para essa loja, que viria a ser a primeira loja física fixa por um período de tempo. Construímos com muitas mãos, parceiros, empresas de tecnologia, equipes e o time do Instituto Ayrton Senna, que nos acompanhou, literalmente a cada passo dado, afinal, preservar um legado desse porte é uma enorme responsabilidade.

Mas voltando ao final de semana, estava na loja, pela primeira vez, aproveitando e não tão obcecada com a operação. Passados quase um mês e meio, a equipe ( acreditem mas nenhum deles  era nascido quando Ayrton batia seus recordes pelas pistas no mundo inteiro) acostumada a contar as histórias do Senna também se acostumou a escutar as histórias das pessoas com o Ayrton ou com os momentos em família que aqueles domingos proporcionavam. Assim, naquela tarde na Omnistory pude escutar as mais diversas e variadas histórias, observava pessoas que, praticamente, esqueciam-se de onde estavam indo quando viam a imagem do Ayrton nas telas ou nas imensas fotografias impressas nas paredes e desviavam seus caminhos, em muitos casos, até esquecendo ou dispensando esposas e filhos para poder curtir um pouquinho daquele espaço.

Ver as pessoas entrando na loja com um misto de sorriso e saudade no olhar é de arrepiar e emocionar qualquer um. Nisso, entendi e pude sentir que havíamos cumprido nosso papel cujo desafio era emocionar e conectar através de um espaço de venda e pura tecnologia dentro de um shopping.

E, quando as pessoas pensam que só existem os macacões do Ayrton, as fotos e os produtos, os consultores sugerem a experiência de realidade virtual, que proporciona a imersão no universo da Fórmula 1 e do que viveu o Ayrton. Confesso que já fiz algumas vezes mas dessa vez chorei de alegria ao ver o Ayrton tão próximo, poder entrar, sentar e manobrar o volante da McLaren e depois estar presente na que foi considerada a melhor volta da Fórmula 1 e ter a sensação de estar na pista entre os carros.

Depois de todas essas emoções ainda posso ir ao pódio como o Ayrton fazia e escutar a galera gritando ” Olê olê olê olá Senna Senna” e estourar uma champagne molhando os adversários e a galera. Também posso realizar a seleção e a compra dentro da experiência ou seja, nem preciso voltar para a realidade para comprar pois eu tenho disponível produtos e e-commerce na realidade virtual. Em suma, como a Mastercard tem no seu slogan: ” Há coisas que não tem preço mas para todas as outras existe Mastercard.” E, nesse caso, esta integrado a sua experiência.

As marcas precisam conseguir fazer a ponte do emocionar o seu cliente com a omnicanalidade, a digitalização como ferramenta e os produtos à venda. Tudo isso em um único pacote é o verdadeiro storytelling que une um consumidor disposto a compartilhar seus hábitos de compra, interesses e a se fidelizar às marcas que emocionam e têm alma.

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