Criadas há cerca de 30 anos no Brasil, as lojas de conveniência em postos de gasolina atendem principalmente um público que precisa fazer uma compra rápida, de reposição ou uma situação imediata de consumo. Mas atendem também quem quer fazer uma pausa no seu dia, como tomar um café e comer um pão de queijo.
Após mais de dois anos sofrendo com as restrições causadas pela pandemia, o Brasil vive um momento positivo no mercado de conveniência atualmente. Nas cerca de 1.200 lojas da BR Mania, da Vem Conveniência, joint venture entre a Vibra e a Americanas, as vendas tiveram um crescimento de 25% neste ano, em relação a 2021, praticamente igualando o número de transações médias pré-pandemia.
Por esse motivo, destaca Natália, o foodservice é uma categoria que a BR Mania investe bastante em termos de construção de marca própria e parcerias. Como exemplo, ela cita a parceria de exclusividade com a Nestlé, que desenvolveu um blend exclusivo com a marca Nescafé. “O café é superimportante para a BR Mania e representa quase um quarto do que é vendido em food. É um direcionador, pois as pessoas entram na loja para tomar um café”, conta.
O desenvolvimento do produto levou cerca de um ano e foi lançado em julho. O projeto envolveu as equipes da Nestlé Professional e de foodservice da Vem Conveniência, mas a escolha do sabor foi feita pelos franqueados. “Chamamos nosso comitê de franquia e fizemos um processo de degustação, com teste cego, e a escolha foi unânime.”
A executiva lembra que o contato inicial com a Nestlé era para o desenvolvimento e a exposição das máquinas da Nescafé como uma solução de café e de drinques nas lojas. Com a chegada da pandemia, no entanto, a parceria foi repensada para trabalhar num posicionamento de diferenciação.
“Se a gente precisava de diferenciação, precisava trazer isso para a realidade. Encontramos na Nestlé uma vontade igual a nossa, de buscar soluções personalizadas para cada varejo e aproveitamos essa oportunidade, diz. Além da parceria de exclusividade com a Nestlé, a BR Mania relançou a linha de salgados e sanduíches no foodservice.
Consumidor digital
Assim como em praticamente todas as áreas, um dos efeitos da pandemia no mercado da conveniência foi a digitalização dos negócios. No caso das lojas em postos de gasolina, conta Natália, o negócio era praticamente analógico.
“Na pandemia, trouxemos os agregadores de venda digital e delivery, como iFood, Rappi e a americanas.com, como solução. Esse foi um novo canal de vendas criado, já que anteriormente não se cogitava buscar uma loja de conveniência para se comprar digitalmente. A loja de conveniência de posto funcionava como uma parada no meio do caminho do destino do consumidor. E para sermos conveniente precisamos entregar onde e na hora que o cliente desejar. Essa foi uma das mudanças provocada pela pandemia e que venho para somar”, diz.
Segundo Natália, o público que consome pelos canais digitais é uma adição ao cliente da loja física. “Quem voltou a frequentar é quem precisa deste ‘oásis’ no meio do caminho para um café Nestle ‘bem saboroso’ e um lanche para consumo no local, com acesso rápido e fácil. O público do digital usa a loja BRMania, normalmente, próxima de sua casa para uma compra de reposição ou após o horário comercial para compra de bebidas e lanches rápidos e gasta três vezes mais do que quem consume da loja física, afirma.
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