Lojistas de shoppings criticam restrições em São Paulo e temem pelo futuro dos negócios

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“O caos foi instalado de vez no varejo”, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos), Tito Bessa Junior. A declaração, data em nota, foi divulgada logo após o anúncio, por parte do governo de São Paulo, do endurecimento das medidas de combate à Covid-19. A Ablos representa estabelecimentos comerciais com até 180 metros quadrados presentes em shopping centers e galerias do País.

A partir da próxima segunda-feira (25), todas as cidades do Estado de São Paulo vão voltar à fase vermelha, a mais rígida do chamado Plano São Paulo, diariamente, a partir das 20h. Estabelecimentos comerciais que vendem produtos considerados não essenciais só poderão voltar a abrir as portas às 6h do dia seguinte. As cidades também serão classificadas nessa fase por 24 horas aos finais de semana e feriados até o dia 7 de fevereiro.

“Ficamos surpresos, uma vez que não é o comércio em geral o propagador da doença, e sim outras atividades não controladas de forma eficaz pelas autoridades. Aumentaram as restrições do comércio no final do ano, mas deixaram praias e festas sem fiscalização. Agora, punem lugares seguros como shoppings, galerias e outros serviços não essenciais”, pontua Bessa Junior.

O presidente da Ablos diz que nada comprova que a nova medida irá reduzir o status atual. “Entendemos que mudanças nas regras são necessárias para o controle do vírus, mas acreditamos em restrições inteligentes, baseadas em fatos e dados, não só em estimativas. Não há como resistir a tanta pressão”, afirma.

O varejo vive uma crise inédita nos últimos 120 anos. O comércio perdeu 35% de sua receita em 2020. Os lojistas têm sido pressionados, ainda, pelo alto índice do IGP-M e o pagamento do 13º aluguel dos shoppings senters. “Conforme dados do IBGE 1,3 milhão de empresas fecharam na pandemia, sendo que 46% encerraram de vez as atividades e 99% são pequenas empresas. Além disso, dados do Banco Boa Vista apontam que 95% dos pedidos de recuperação judicial ou falência são de pequenas empresas. Teremos muito mais fechamentos e mais empregos diretos e indiretos em risco do setor que mais emprega neste País”, finaliza Bessa Junior.

Imagem: Bigstock

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