Nesta sexta-feira, 21 o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou um memorando presidencial orientando seu governo a avaliar a imposição de tarifas sobre parceiros comerciais que cobram impostos e regulamentações contra empresas americanas de tecnologia, visando resolver parte de um grande incômodo comercial para empresas como Meta e Google.
“O que eles estão fazendo conosco em outros países é terrível com o digital”, disse Trump no Salão Oval.
O memorando orienta o escritório do Representante de Comércio dos EUA a renovar as investigações tarifárias iniciadas durante o primeiro mandato de Trump em países que impõem impostos sobre serviços digitais, de acordo com um informativo fornecido pelo governo. Esses países incluem algumas nações membros da União Europeia, bem como o Canadá, a Índia e outros.
O memorando também orienta as agências a olharem além dos impostos e criarem maneiras de responder às regulamentações estrangeiras contra empresas de tecnologia, bem como “multas, práticas e penalidades injustas que prejudicam a capacidade das empresas americanas de operarem como pretendido”, diz o informativo.
‘Milhões de dólares’ da Apple
Donald Trump disse que recebeu na quinta-feira, 20, o CEO da Apple, Tim Cook, que anunciou que fará “milhões, bilhões de dólares” em investimentos no país. “Várias empresas de chips vão entrar no país”, comentou Trump.
Ele voltou a abordar o fato de os EUA comprarem petróleo da Venezuela, enquanto seria simples apenas “furar” o solo norte-americano.
“Demos muito dinheiro para Venezuela, tornando o país forte novamente”, afirmou o republicando, citando que o tema está em análise.
Os comentários foram feitos em discurso após reunião com governadores republicanos na Casa Branca nesta sexta-feira.
Tarifas sobre aço e alumínio
É provável que as reuniões iniciais do chefe de comércio da União Europeia, Maros Sefcovic, com os EUA resultem em mais negociações e em um pacote que possa ajudar a adiar ou suspender a implementação das tarifas sobre o aço e o alumínio (que entrarão em vigor em 12 de março), ao mesmo tempo em que se abre espaço para conversações para evitar tarifas “recíprocas” sobre automóveis e outros produtos, diz a Eurásia em relatório publicado na nesta sexta-feira, 21.
Segundo a análise, os esforços da UE para gerenciar as relações comerciais com os EUA provavelmente apoiarão a dissociação do bloco em relação à energia russa, com muitos importadores europeus prontos para assinar mais contratos de GNL com empresas norte-americanas, à medida que elas forem eliminando o gás da Rússia.
“Washington provavelmente ainda imporá algumas tarifas adicionais, mas Bruxelas continua bem posicionada para evitar o pior das tarifas de Trump”, acrescenta a Eurásia.
Com informações de Estadão Conteudo (Dow Jones Newswires, Patricia Lara, Thais Porsch).
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