Fecomercio e Sindilojas exigem soluções imediatas para falta de energia no centro de SP

Em nota, Enel lamenta ocorrências e apresenta explicações para os problemas na distribuição de eletricidade na região

Fecomercio e Sindilojas exigem soluções imediatas para falta de energia no centro de SP

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e o Sindicato do Comércio Varejista e Lojista do Comércio de São Paulo (Sindilojas) exigiram, nesta sexta-feira, 22, que a Enel resolva, urgentemente, o apagão que já dura quatro dias nos bairros da área central de São Paulo. Para as entidades, é inaceitável que uma das regiões mais importantes da maior metrópole do Brasil permaneça por tanto tempo sem eletricidade, serviço básico à população, e cuja falta acarreta problemas significativos para moradores e prejuízos enormes ao empresariado.

Além da concessionária, a FecomercioSP, o Sindilojas-SP e demais sindicatos empresariais dos setores de comércio, serviços e turismo da capital paulista também estão em contato com outros órgãos competentes, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o governo do Estado e a prefeitura municipal, cobrando que o fornecimento se reestabeleça o mais rápido possível.

Nesta quinta-feira, 21, A Associação Nacional de Restaurantes (ANR) e o Instituto de Foodservice Brasileiro (IFB) manifestaram preocupação com a falta de energia persistente no centro da cidade e o prejuízo sofrido pelo setor alimentício na região.

Exigências

À Eenel, a federação e os sindicatos salientaram que muitas empresas do centro estão contabilizando perdas econômicas a cada dia sem luz, como mercados, restaurantes, farmácias e lojas do varejo, além de serviços que ficam impossibilitados de operar, já que, além da energia, estão sem acesso à Internet.

Sem contar os custos excedentes para os estabelecimentos que, diante da situação alarmante, não viram outra opção que não locar geradores, contratar mão de obra extra ou comprar combustíveis para manter dispositivos operando. Os apagões prejudicam o fornecimento de água, já que muitos edifícios do centro possuem bombas hidráulicas de distribuição.

Os prejuízos financeiros não são menos graves. Vale lembrar que nos cinco dias em que a capital paulista ficou parcialmente sem energia elétrica no fim de 2023, por conta de chuvas, os setores de comércio e serviços perderam, pelo menos, R$ 1,3 bilhão em faturamento bruto, segundo cálculo da FecomercioSP à época. Isso significou um prejuízo de R$ 930 milhões para o setor de serviços e de R$ 465 milhões para o comércio.

Para as entidades, a falta de solução é repudiável. “Estamos há dias nessa situação sem que seja tomada uma providência. Os comerciantes e os empresários do setor de serviços estão sendo prejudicados e serão ainda mais penalizados quando os impactos desse problema forem convertidos em números”, diz Aldo Macri, presidente do Sindilojas-SP e diretor da FecomercioSP.

Todas as entidades seguirão exigindo que a Enel e os órgãos fiscalizadores não apenas resolvam o problema como forneçam suporte à população afetada, comunicando a resolução do apagão e, posteriormente, ressarcindo danos causados. A FecomercioSP orienta, inclusive, que os empresários registrem formalmente esses prejuízos junto à concessionária, à Aneel e ao Procon-SP.

Resposta da Enel

Em nota encaminhada por sua assessoria de imprensa, a empresa lamentou as ocorrências e se posicionou frente às reclamações. Leia a nota da companhia na íntegra:

“A Enel Distribuição São Paulo lamenta os transtornos causados aos clientes que nos últimos dias foram impactados por ocorrências envolvendo a rede de distribuição subterrânea da companhia na região Central da cidade. A distribuidora esclarece que os problemas iniciaram a partir de danos provocados em distintos circuitos subterrâneos, cuja reparação é complexa e demorada, dada as dificuldades e especificidades desse tipo de rede (galerias subterrâneas). As redes que foram impactadas localizam-se nas regiões de Higienópolis, Santa Cecília e 25 de Março.

No caso das regiões da 25 de Março e da Santa Cecília, a última ocorrência registrada ontem, 21 de março, foi agravada pelo excessivo consumo de energia associado às elevadas temperaturas, o que dificultou a recomposição das redes subterrâneas nessas regiões, deixando alguns grupos de clientes sem fornecimento. O trabalho de recomposição de uma rede subterrânea em galerias é bastante complexo, pois envolve espaços confinados e exige redobrado cuidado com as condições de segurança para que os técnicos possam atuar. Os clientes da região da Rua 25 de Março tiveram o fornecimento restabelecido.

No caso da região da Santa Cecília, 40% dos clientes afetados tiveram o serviço normalizado ainda ontem, 21, à noite e a companhia segue trabalhando no local.

Na região de Higienópolis o fornecimento de energia já havia sido normalizado, sendo que, na Rua Paim, os clientes voltaram a ter a energia restabelecida, conectados na rede ou por meio de geradores.

A Enel reitera que tem empenhado todos os esforços e recursos para restaurar os parâmetros originais e a configuração das redes afetadas. A companhia também tem disponibilizado geradores de médio e grande porte para abastecer os clientes impactados, enquanto segue trabalhando nos reparos até a plena normalização do serviço.”

Imagem: Shutterstock

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