Apenas 6% das MPEs pretendem contratar crédito nos próximos três meses

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Desconfiança diante da crise é a principal razão para 29% dos micro e pequenos empresários que não irão investir em seus negócios

A demanda por crédito das micro e pequenas empresas (MPEs) atingiu 13,1 pontos em maio, ligeiramente acima dos 12,4 pontos registrados em abril, configurando uma estabilidade.

Quanto mais próximo de 100, maior é a probabilidade de os empresários procurarem crédito e quanto mais próximo de zero, menos propensos eles estão para tomar recursos emprestados.

Expressivos 84% dos MPEs afirmam não ter a intenção de tomar crédito, ante apenas 6% que manifestaram essa intenção.

Entre aqueles que não pretendem tomar crédito, 43% dizem conseguir manter o negócio com recursos próprios. Esses empresários mencionam, ainda, a insegurança com as condições econômicas do país (18%) e as altas taxas de juros (18%).

Três em cada dez (29%) micro e pequenos empresários consideram difícil o processo de contratação de crédito, contra 26% que avaliam como fácil.

Entre os que consideram difícil, o excesso de burocracia e as exigência dos bancos são o principal entrave, mencionado por 45% desses empresários.

Em segundo lugar aparecem as taxas de juros elevadas (41%). A contratação de empréstimo em instituições financeiras é o tipo de crédito mais difícil de ser contratado para 23% da amostra – para 12% é o crédito junto a fornecedores.

Pouco investimento

O micro e pequeno empresariado brasileiro também tem se mostrado pouco interessado em realizar investimentos em seus negócios.

O indicador de propensão a investir registrou somente 27,2 pontos em maio, pouco abaixo dos 29,8 pontos observado em abril, o que configura estabilidade dentro da margem considerada pelo estudo.

O indicador também leva em consideração uma escala que varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, mais o empresário tende a realizar investimentos.

Em termos percentuais, 66% dos micro e pequenos empresários não pretendem investir nos próximos três meses, sendo uma das principais razões a desconfiança diante da crise (29%).

Além desses, 38% disseram não ver necessidade de investir, 13% investiram recentemente e 10% mencionam a falta de crédito.

Aumento das vendas é o principal objetivo entre os que irão investir

Um quinto dos empresários (21%) sondados disseram que pretendem fazer algum investimento nos próximos 90 dias. Entre essa parcela minoritária de empresários, a principal motivação para investir é aumentar as vendas, mencionada por 47% desses empresários. Também são citadas a necessidade de adaptar a empresa a uma nova tecnologia (18%) e atender ao aumento da demanda (12%). Os investimentos prioritários serão ampliação de estoque (32%), investimentos em comunicação e propaganda (30%), compra de equipamentos (28%), reforma da empresa (22%,) e ampliação do portfólio (15%).

Considerando os empresários que planejam investir, a maior parte irá recorrer ao capital próprio guardado na forma de aplicações ou investimentos (57%), ou resultante da venda de algum bem (12%). Há ainda 15% que mencionam o empréstimo em bancos e financeiras. A opção pelo capital próprio deve-se, principalmente, ao fato de os juros bancários serem muito altos, citado por 42%

Foram avaliados 800 empreendimentos com até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e interior. As micro e pequenas empresas representam 39% e 35% do universo de empresas brasileiras nos segmentos de comércio e serviços, respectivamente.

Fonte: Indicadores de Demanda por Crédito e de Propensão para investimentos do Micro e Pequeno Empresário, calculados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

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