Um retrato do desemprego no País

Por Eduardo Yamashita*

Alguns indicadores como o de confiança dos consumidores, acompanham rapidamente a tendência do desempenho da economia, ou seja, se a mesma apresenta piora ou melhora, esses indicadores rapidamente apontam na mesma direção.


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Por outro lado, indicadores como a da taxa de desemprego (desocupação) demoram mais para apresentar sinais de mudança. No caso do desemprego, os principais fatores que geram esse fenômeno são o alto custo de demissão no País, burocracia, custos de treinamento e dificuldade para encontrar as pessoas com as competências desejadas. Sendo assim, os empresários postergam ao máximo as demissões, aguardando uma eventual mudança no cenário ou uma sinalização de melhora no curto prazo. Entretanto, quando não há expectativa de melhoras, o fechamento de vagas é inevitável.

O índice de desemprego é sazonal – nos primeiros quatro meses do ano há uma alta no desemprego, devido ao fechamento das vagas temporárias e, por conta do menor ritmo de crescimento da economia, consequentemente, a partir do terceiro trimestre, o inverso ocorre, com o aquecimento da economia e abertura de vagas temporárias o índice de desemprego cai.

Nos cinco primeiros meses de 2015 observa-se uma alta no desemprego, medido pela PME do IBGE de 1,4 ponto percentual (saímos de 4,3% de desocupação em dez/14 para 6,7% em mai/15), enquanto que nos anos anteriores essa alta foi de 0,1 p. em 2014, 0,4p.p. em 2013 e 0,3p.p. em 2012 para o mesmo período.

Essa expressiva piora no índice aconteceu não só pelo fechamento de vagas ocasionado pela deterioração do cenário econômico, mas também pelo aumento da população em busca de emprego. A pressão no orçamento familiar causado pela inflação e o receio acerca do futuro próximo tem levado uma parcela da população de volta ao mercado de trabalho, contingente esse que até então tinha optado por ficar fora do mercado por diferentes motivos: estudo, filhos, renda familiar suficiente etc.

Raio-X do desemprego

É importante analisarmos e entendermos as discrepâncias do índice de desocupação além da média Brasil. Essa análise se que faz fundamental para a compreensão e definição da estratégia das empresas, adequando sua oferta para a realidade do seu público alvo.

Regionalmente, as cidades (regiões metropolitanas) com maior taxa de desocupação são Salvador (BA), com 11,3%; Recife (PE), com 8,5%; e São Paulo, com 6,9%. Já aquelas com menor taxa são Porto Alegre (RS), com 5,6%; Rio de Janeiro, com 5 %); e Belo Horizonte (MG), com 5,7%. Por sua vez, o desemprego por faixa etária é de 15,2% para 18 a 24 anos; 5 % para aqueles entre 25 e 49 anos; e 2,4% para aqueles com mais de 50 anos. As mulheres também apresentam maior índice de desemprego, com 7% versus 5,3% para os homens.

*Eduardo Yamashita (eduardo.yamashita@gsmd.com.br) é diretor de Inteligência de Mercado da GS&MD – Gouvêa de Souza.

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