O varejo dá sinais de que está se recuperando da crise econômica. Segundo dados do Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), as vendas do varejo paulistano cresceram 4,7%, na primeira quinzena de novembro, na comparação com o mesmo período de 2018.
Nas vendas a prazo, a alta foi de 4% nos primeiros quinze dias do mês, na comparação anual. Já as vendas à vista cresceram 5,4% no período. O Balanço de Vendas é elaborado pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP com base em amostra da Boa Vista SCPC.
O desempenho surpreendeu devido aos 2% médios de aumento nos 10 meses anteriores. Para o economista da ACSP, Emílio Alfieri, este resultado se deve a três fatores, entre eles a retomada gradual das vendas de móveis e eletrodomésticos, puxada pela queda nos juros e o aumento do crédito para pessoa física. Isso influenciou o resultado das vendas a prazo, que seguiam tímidas.
O segundo foi a liberação dos R$ 500 do FGTS, que favoreceu as vendas de menor valor à vista, como vestuário, calçados, acessórios, artigos de uso pessoal e utilidades domésticas.
Já o terceiro está relacionado à antecipação que o varejo físico tem feito da Black Friday. Grandes varejistas já estão fazendo ofertas e promoções relacionadas à data desde o início do mês. Na Rua 25 de março também há ofertas com esse apelo promocional, inclusive nos itens da coleção primavera-verão e moda praia.
“Todos esses lojistas saíram na frente e, ao invés de fazer ações só no dia 29, eles transformaram novembro no mês da Black Friday”, disse Alfieri.
De modo geral, os fatores que puxaram o resultado têm ajudado bastante o varejo paulistano, que vinha crescendo em torno de 2% ao mês, mas fizeram novembro começar de maneira favorável.
“Ainda é preciso um pouco de cautela, pois, por um lado, a Black Friday pode tirar um pouco das vendas do Natal. Por outro, com o novo corte de juros esperado para dezembro e o restante da liberação do FGTS, que foi antecipada para esse ano, os resultados podem surpreender”, afirmou o economista.
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