Mais de 30% dos empreendedores iniciaram acompanhamento psicológico na pandemia

Estudo aponta que uso de ansiolíticos entre empreendedores saltou de 6% para 10%

Mais de 30% dos empreendedores brasileiros iniciaram acompanhamento psicológico durante a pandemia

As mudanças e incertezas trazidas pela covid-19 tiveram impactos na saúde mental dos empreendedores brasileiros.  Segundo um estudo realizado pela Troposlab, em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), 30,13% dos entrevistados iniciaram acompanhamento psicológico durante a crise sanitária e que 53,5% foram diagnosticados com ansiedade, contra 11,22% com depressão.

O estudo contou com a participação de 312 empreendedores de praticamente todos os estados do Brasil.
Na comparação com o ano passado, mais gente usou medicamentos psiquiátricos: 26% neste ano, contra 16% em 2020.

A pesquisa mostrou também que o início do uso de ansiolíticos entre empreendedores saltou de 6% para 10%, e de antidepressivos de 3% para 8%, em relação ao ano anterior. De acordo com Marina Mendonça, sócia e diretora de cultura e times da Troposlab, existe uma conexão significativa entre o sofrimento psicológico e a queda da renda dos empreendedores.

“No geral, é possível observar que empreendedores que reportam queda na renda também estão classificados com mais frequência com sintomas moderados e severos de ansiedade ou depressão. Em relação ao estresse, pessoas que respondem que tiveram queda na renda também apresentam mais sintomas severos, afirma Marina.

No ano passado, 51,1% dos empreendedores tiveram a vida afetada pela pandemia, mas que se sentem bem a maior parte do tempo, enquanto 24,9% dos empreendedores afirmaram que foram muito afetados. O estudo mostrou que em 2021 houve pouca variação desses índices.

Sintomas mais severos nas mulheres

Quanto à percepção geral dos participantes sobre a pandemia, a maioria diz considerar que o ambiente continua incerto, enquanto 77,89% afirmam possuir habilidades para lidar com os desafios impostos pela crise sanitária

Os resultados também apontam que as mulheres apresentam sintomas mais severos de problemas como ansiedade, estresse e depressão.

“Nosso objetivo é aprender sobre o empreendedor. Percebemos lacunas de conhecimento sobre como ele se desenvolve, sua personalidade, saúde mental e outros elementos que impactam suas escolhas e desempenho nos projetos empreendidos. Em nossa visão, gerar conhecimento sobre esses elementos pode nos ajudar a construir um ambiente de negócios mais sustentável”, diz Marina.

Imagem: ShutterStock

Sair da versão mobile