O neoconsumidor e a Omniera

Em tempos de Omniera, vivemos uma profunda transformação de cenários precipitada por dois vetores que convergem para o mesmo ponto: um completo redesenho da atividade varejista em todo o Mundo.

Do lado da oferta, empresas, negócios, varejo e marcas, passaram a dispor de um arsenal de alternativas para conhecer, monitorar e antecipar demandas e desejos de consumidores, integrando de forma virtuosa os canais de vendas e relacionamento de forma a maximizar a satisfação e as experiências positivas desses consumidores no varejo tradicional ou no digital.

E a tecnologia acrescenta, a cada momento, novas ferramentas que, se convenientemente usadas, permitem um conhecimento amplo e profundo do mercado e das tendências.

Além das ferramentas disponíveis com as informações e bancos de dados das próprias empresas, a cada momento surgem alternativas de uso de informações de outras fontes que permitem também decisões mais acuradas e menor desperdício de recursos.

Alguns exemplos no Mundo e no Brasil de empresas que têm disponibilizado essas informações devem incluir a Mastercard Advisors, a partir dos Estados Unidos, e seu Spending Pulse; Dunnhumby, de origem inglesa, mas já presente em diversos países e no Brasil, em associação com o Grupo Pão de Açúcar; a Cielo, e seus indicadores de comportamento de varejo ampliado; a Multiplus; a Dotz e demais empresas do segmento de fidelização com seu programas que permitem identificar e monitorar comportamentos, além do Serasa-Experian e, logicamente, todas as empresas e bandeiras de cartão de crédito e bancos.

Todas trabalhando em cima da matéria prima básica que é a informação de dimensionamento, hábitos e atitudes de consumidores e seu uso para intervenções cada vez mais cirúrgicas e eficazes envolvendo decisões de comunicação, produtos, preços, promoção, canais, lojas e vendas de forma geral.

Por conta disso, analisar que as vendas via internet representam ainda apenas 3,5 % do total das vendas do varejo brasileiro, porém com crescimento 5 a 10 vezes maior que o crescimento das vendas do varejo tradicional, nos últimos dois anos, não representa muito. O potencial transformador é significativamente maior e não apenas expresso pela evolução das vendas digitais mas, e principalmente, por tudo quanto represente esse universo de relações e conhecimento digital.

O outro vetor dessa equação diz respeito à demanda, expresso pelos aspectos quantitativos e qualitativos, que envolvem o Neoconsumidor, aquele que é cada vez mais multicanal, digital e global.

Mais conectado e aberto às relações diretas com outros consumidores, mais acessível mas cada vez mais seletivo; mais facilmente “encontrável”, mas cada vez mais preocupado com o uso que se faça de suas informações; mais disponível e aberto nas redes sociais, mas cada vez muito mais ciente de seu poder e, portanto, cauteloso com suas conexões, esses consumidores estão distribuídos no mapa do consumo e do comportamento de forma diversa.

Os mais velhos, de forma geral, mais reticentes e cautelosos e os mais jovens, especialmente os “millenials”, mais interativos, “multitelas” e em crescente evolução com relação ao seu sentimento de poder dentro da rede.

Tudo ao mesmo tempo e em todos lugares e num processo de mudança e transformação em crescente velocidade onde o novo se transforma em passado em pouco tempo. E a próxima onda chegará antes mesmo que tenha sido antecipada como tendência.

Esses elementos ajudam na caracterização e ampliação conceitual da Omniera e na percepção da relevância de seu estudo, entendimento e repensar de todos os ecossistemas em que empresas e negócios estão envolvidos, especialmente nos setores de Mercado e Consumo, pela magnitude do processo de transformação que ocorre no mundo e no qual o varejo se transformou num dos principais protagonistas. Especialmente no Brasil.

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