CNI: pesquisa aponta que grandes fábricas pretendem retomar investimentos em 2021

MDIC define composição do conselho de política industrial, que contará com setor privado

Depois de segurarem os investimentos em 2020 em meio às incertezas da pandemia de Covid-19, as fábricas brasileiras planejam retomar seus planos em 2021, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). No ano passado, apenas 69% das grandes empresas do setor realizaram algum investimento, o menor porcentual desde 2016, quando apenas 67% das maiores fábricas modernizaram ou expandiram suas linhas. Em 2019, 74% das maiores fábricas haviam investido nos seus parques de produção.

Além disso, dentre as indústrias que possuíam planos de investimentos para 2020, 53% adiaram ou cancelaram parte dos projetos. Em 2019, o porcentual de companhias com planos de investimentos frustrados havia sido de 36%.

“A reavaliação da demanda e a alta inesperada dos custos de investir foram apontados como a principal razão para a frustração dos planos de investimento. Ambos são influenciados diretamente pela pandemia de covid-19, que restringiu a demanda por produtos industriais, trouxe oscilação para o câmbio e pressionou custos”, destacou a CNI.

Atendimento do mercado doméstico

Para 2021, porém, 82% das grandes fábricas pretendem retomar os investimentos, sendo que um terço das firmas planeja aumentar a capacidade de produção neste ano. Para 61% delas, os investimentos são voltados apenas ou principalmente para o atendimento do mercado doméstico.

“Destaca-se que a preocupação com a eficiência e a produtividade continua a nortear os planos de investimento da indústria (a melhoria do processo produtivo segue como o principal objetivo do investimento planejado), mas a procura pelo aumento da capacidade produtiva ganhou importância no investimento previsto”, acrescentou a CNI.

A pesquisa mostra que, desde 2015, as empresas têm dependido mais de recursos próprios para tocarem seus investimentos. Em 2020, o porcentual de uso do caixa para investir ficou em 72%, mesmo patamar de 2019.

Para a entidade, o resultado mostra a falta de alternativas viáveis de recursos de terceiros para investir. A participação dos bancos privados como fonte de crédito para investimentos da indústria ficou em 13% em 2020, enquanto os bancos de fomento – como o BNDES – financiaram apenas 7% do montante investido pelo setor. Outros bancos públicos, parcerias e fontes externas de crédito ficaram com a fatia de 8% restantes.

Com informações Estadão Conteúdo
Imagem: Bigstock

Sair da versão mobile