Evento debate capitalismo consciente e papel social das empresas

Nem tudo o que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado, e a pandemia nos fez lembrar que precisamos cuidar uns dos outros. A análise é de Raj Sisodia, fundador do movimento Capitalismo Consciente no Mundo. Para ele, independentemente da ocupação, todas as pessoas devem escolher conscientemente ser parte da “cura” no mundo, ou estarão provavelmente sendo parte do sofrimento. A declaração foi durante o BConnected, evento sobre redes de negócios e franquias da América Latina.

De acordo com o porta-voz, nenhum gerente ou líder vai ao trabalho pensando “eu vou causar sofrimento hoje”, mas eles podem causar isso, mesmo sem intenção. “Nós temos de encarar a realidade do sofrimento que causamos no mundo, principalmente dos negócios. O quanto somos parte desse aumento do sofrimento? Não é sobre curar os negócios, é sobre os negócios como cura. Isso não quer dizer que precisamos de mais espaços de massagem, estúdios de yoga, etc. Quer dizer que qualquer negócio pode ser feito de uma forma que possa curar, que possa mandar as pessoas para casa no final do dia com bom humor”, argumenta.

Pandemia revelou ainda mais a desigualdade social

Já o chairman do Instituto Capitalismo Consciente Brasil, Hugo Bethlem, acredita que no Brasil a pandemia escancarou as mazelas sociais. Para ele, o capitalismo continua sendo a melhor forma de gerar riqueza e inclusão social das pessoas, elevando sua dignidade – mas, para isso, as pessoas precisam ter oportunidades iguais.

“Precisamos deixar de querer ser a melhor organização do mundo e precisamos ser a melhor organização para o mundo. Está na hora de redefinirmos o capitalismo. Precisamos gerar valor para todos os stakeholders, não apenas para os acionistas. A nossa economia nunca irá desempenhar seu potencial completo para as pessoas e para o planeta num sistema com incentivos desalinhados e uma cultura de normas adversas. Devemos reimaginar e redesenhar nosso sistema econômico para construir um futuro onde as pessoas serão capazes de trabalhar com dignidade e cuidar delas mesmas e de seus entes queridos, onde nosso planeta é saudável e as economias progridem. Isso é uma tarefa de todos nós e para longo prazo”, argumenta.

Imagem: Reprodução

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