Aumento de gastos e participação na renda familiar afetam o poder de compra na pandemia

Pesquisa feita pelo Procon-SP aponta que 70% dos brasileiros tiveram redução na renda

aumento

A pandemia do coronavírus afetou o poder de compra para 70% dos consumidores, segundo pesquisa realizada pelo Procon-SP com 5.040 pessoas. Os principais motivos apontados foram a redução salarial (24,65%) e a maior contribuição na renda familiar (20,74%) por conta do desemprego.

A pesquisa apontou que 37,60% (1.895) são responsáveis pela totalidade da renda familiar; 36,31% (1.830), afirmaram ser responsável pela maior parte da renda familiar e 19,29% (972) informaram que são responsáveis por pequena parte.

Mais de 90% relataram aumento nos gastos necessários, principalmente com alimentação (67%), seguida pelas contas de agua, luz e gás (22,85%). Por conta desses fatores e da alta na inflação, 92,50% disseram ter reduzido ou cortado consumos habituais. Os mais citados foram alimentação (3.332), contas de consumo (água, luz, gás), (1.893) e telefonia e internet (1.513).

Diante desse cenário, o diretor do Procon-SP, Fernando Capez, destaca que o consumidor precisa valorizar seu poder de compra ao comprar exatamente o que está precisando. “A compra tem que ser muito bem estudada e pesquisada, faça uma lista de suas prioridades, compre de acordo com essa prioridade”, afirma.

Situação financeira

A pesquisa também identificou aumento na parcela dos consumidores com dívidas em atraso, com 59,56% (3.002). Para 91,87%, as dívidas aumentaram por conta da pandemia. Apenas 7,26% (218) disseram que não houve alteração e 0,87% (26) alegaram ter diminuído.

As principais dívidas em atraso citadas pelos consumidores foram: cartão de crédito (1.908); contas de consumo (1.372) e empréstimos bancários (1.369).

Expectativas para o futuro

Questionados sobre o futuro da sua própria situação financeira, o clima foi de pessimismo: 39,01% acreditam que a situação ficará pior nos próximos seis meses, enquanto 29,92% consideram que a situação permanecerá inalterada.

“Há um clima de pessimismo entre os entrevistados, mas temos que olhar para frente e o Procon-SP estará atento fiscalizando práticas abusivas”, afirma o diretor do Procon.

Imagem: ShutterStock

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