Ovos têm alta de 69% no preço, impactando o bolso dos consumidores das classes D e E

Entre os fatores que contribuíram para o aumento estão as altas temperaturas no País e a disparada no valor do milho

Ovo tem alta de 69% no preço, impactando o bolso dos consumidores das classes D e E

O preço dos ovos apresentou alta de 69% entre janeiro e fevereiro deste ano, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Entre os fatores que contribuíram para esse aumento, o centro de pesquisas aponta as altas temperaturas no País, a disparada no valor do milho e a proximidade da Quaresma.

O levantamento também indica que os brasileiros com menor poder aquisitivo são os mais afetados por esse cenário, já que 28% das ocasiões de consumo das classes D e E incluem ovos, enquanto esse percentual é de 27,6% para as classes A e B e de 25,9% para a classe C.

Consumo durante as refeições

Segundo dados da divisão Worldpanel da Kantar, os ovos são o ingrediente principal de uma refeição para 29,5% dos brasileiros de todas as classes. A versão frita é a preferida, representando 61% das ocasiões de consumo — um aumento de 12,8% na comparação entre o terceiro trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024 — com uma frequência média de 2,3 vezes por semana.

O principal motivo para o consumo continua sendo o hábito, que se manteve na liderança, passando de 59,6% no terceiro trimestre de 2023 para 61,7% no período seguinte. No entanto, houve um crescimento significativo na praticidade como fator de escolha (de 14,3% para 25,9%) e no consumo por prazer (de 11,3% para 18%).

Escassez de produtos em janeiro

Café, ovos, açúcar e azeite foram os produtos com maior falta nas prateleiras dos supermercados em janeiro, de acordo com levantamento do Índice de Ruptura da Neogrid. O indicador, que mede a indisponibilidade de itens nos pontos de venda, registrou um aumento no período, atingindo 13,7% em média.

Entre os produtos mais afetados, a falta de ovos cresceu de 16,7% para 19,7%, enquanto a do café aumentou de 9% para 11,1%. O açúcar também apresentou alta, passando de 8,9% para 10%, e o azeite registrou um leve aumento de 6,6% para 7,6%.

“O aumento ocorre em um momento em que o varejo já começa a sentir os impactos da desaceleração no consumo no país”, afirma Robson Munhoz, diretor de Relações Corporativas da Neogrid. “Com o preço dos alimentos elevado e o poder de compra do brasileiro mais pressionado, a reposição de estoques fica mais lenta e resulta na falta de alguns tipos de produtos e marcas nas prateleiras, agravando ainda mais o cenário.”

O levantamento também aponta que o aumento na falta desses produtos acontece em um cenário de desaceleração do consumo no Brasil. Com a inflação pressionando o poder de compra da população, varejistas acabam repondo os estoques de forma mais lenta, o que impacta a disponibilidade de mercadorias.

Imagem: Shutterstock

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