“Vamos usar a tecnologia para humanizar cada vez mais o negócio”, afirma o fundador da Chilli Beans

Caito Maia

Na manhã desta sexta-feira (24), o empresário Caito Maia, fundador da Chilli Beans, foi um dos líderes que compartilharam suas experiências no universo de franquias, durante live promovida pela Mercado & Consumo. A Chilli Beans conta com 917 lojas que vendem óculos de sol e de grau, além de relógios. Desse total, quase 80% delas estão em shopping centers ou em locais que tiveram que ser fechados por conta da pandemia.

Diante deste cenário, o mega empresário precisou agir rápido e redesenhar o plano da companhia para enfrentar a crise. Ele conta que estabeleceu três datas, por conta própria, para que o comércio reabra. “Estamos trabalhando com 1º de maio, 15 de maio e 1º de junho”, conta Maia, que precisou rever sua campanha inspirada nas Olimpíadas, que levaria o nome de “Tokyo”, e seria apresentada em junho.

A varejista ficou conhecida e ganhou projeção no mercado brasileiro por conta de seus óculos de sol para o público jovem. Com todo planejamento revisto, a empresa começou a focar, por exemplo, na confecção de óculos de grau para o retorno das aulas na metade do ano. Segundo Caito Maia, antes da crise causada pelo novo coronavírus, as vendas da Chilli Beans eram divididas em 60% de óculos escuros e o restante entre relógios e óculos de grau. “Mudei toda nossa estratégia. O mix de produtos das lojas será mais equilibrado com a venda de 50% de óculos de grau e 50% de óculos de sol. As pessoas precisam de óculos de grau, é um bem para a saúde delas”, afirma.

Após toda revisão de estratégia, Caito se viu diante de outro ponto: como vender? A companhia então apostou na força do relacionamento do seu time e criou uma espécie de exército virtual composta pelos seis mil vendedores pelo WhatsApp com capacidade de atender cerca de 700 mil consumidores. “Distribuímos cupons para os vendedores das lojas franqueadas para que repassem aos seus clientes. Toda compra feira no site da Chilli Beans será revertida em comissão aos vendedores”, explica.

A Chilli Beans quer aumentar sua participação no digital. Hoje, o comércio eletrônico representa 4% das vendas totais da rede e desde que as lojas fecharam as vendas online já dobraram. “O online nunca irá substituir o off-line, por isso vamos usar a tecnologia para humanizar cada vez mais o negócio”, conta o empresário que também vai investir em um canal para explicar ainda mais a história de criação dos produtos da marca para estimular ainda mais as vendas. “Só não sei ainda como será isso, se online ou na televisão, mas nós teremos”, completa.

Sobre as ações para minimizar os impactos causados pela pandemia, Maia diz que renegociou seus contratos com os fornecedores, consegui descontos e prazos maiores de pagamentos. Já para os franqueados, as ações adotadas também envolvem prazos de pagamento estendidos, assim como a negociação com aluguel de shopping. Ele conta ainda que o departamento jurídico da Chilli Beans foi colocado à disposição para auxiliar os franqueados na questão de como conseguir isenção de impostos e para entender as mudanças que estão sendo feitas nas leis trabalhistas durante a pandemia.

O empresário, que começou a live dizendo sentir falta do calor humano, lamentou não poder realizar a sua tão esperada convenção anual a bordo de um cruzeiro, que aconteceria no final de março. “Tivemos que mudar os planos aqui também e como gostamos de inovar, seremos a primeira empresa a fazer uma convenção online no mundo”, comemora. Caito disse que para o ano que vem a ideia é manter a edição online – além da que será feita no navio – para conseguir atingir um numero ainda maior de pessoas.

* Imagem: Marlon Brambilla

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