A empresa de maquininhas Stone vai investir até R$ 2,5 bilhões no Banco Inter e passa a ter 4,99% do capital, com direito a um assento no conselho do Inter. Em comunicado, a Stone destaca que o Inter tem uma base de usuários com mais de 10 milhões de clientes e um histórico comprovado no desenvolvimento de produtos e serviços, de contas bancárias ao marketplace.
A parceria poderá levar os clientes da Stone ao shopping virtual (marketplace) do banco, o InterShop. A empresa também destaca a integração dos serviços de pagamento via dispositivos móveis das empresas e a troca de experiências e capacidade de desenvolvimento de produtos.
Além disso, a Stone destaca que o Inter pode auxiliá-la na melhoria de suas ofertas de capital de giro aos clientes. Neste ponto, a empresa vislumbra parcerias na oferta de investimentos em renda fixa, através de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs), por exemplo.
Vaga no conselho
Com o aporte, a Stone terá até 4,99% do capital e terá direito a ocupar um dos nove assentos do conselho da instituição. O preço por Unit que a Stone concordou em pagar é de R$ 57,84, e leva em consideração o desdobramento dos papéis na proporção de um para três, aprovado na última semana. Esse investimento colocará a Stone junto aos atuais controladores do Banco Inter – os Menin, que comandam a empresa através da Inter Holding Financeira, que detém 35,35% do capital.
A empresa fechará um acordo de acionistas com os atuais controladores do Inter, e através dele, terá direito de preferência caso haja mudança no controle do banco. Esse direito terá validade de seis anos e estará sujeito a determinados limites de preço, de acordo com comunicado da companhia.
O aporte será feito através da emissão de novas ações pelo Inter, e será acompanhado de uma oferta desses papéis ao mercado. A Stone deu garantia de compra, em valor que equivale a US$ 471 milhões, antes mesmo da coleta de intenções de investimento (“bookbuilding”) da oferta. O modelo, conhecido como “cornerstone”, é comum em ofertas de ações no mercado internacional, em especial na Ásia, e é diferente dos investidores-âncora, que colocam suas intenções de investimento durante o “bookbuilding”.
Todo o aporte será feito através de caixa e dívidas contraídas especificamente para a transação. A empresa de pagamentos afirma que não levantará recursos adicionais para financiar a compra das ações.
O JPMorgan foi o assessor financeiro da Stone. A assessoria legal ficou por conta de Spinelli Advogados, Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados.
Com informações de Estadão Conteúdo
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