Evergrande não foi alertada por auditoria, apesar de grande estoque de dívida

Em relatório anual divulgado meses atrás, a unidade da PwC em Hong Kong aprovou as contas referentes a 2020

Evergrande não foi alertada por auditoria, apesar de grande estoque de dívida

Apesar de a Evergrande ter acumulado enormes dívidas, a gigante do setor imobiliário chinês nunca recebeu um alerta de sua auditoria. Em relatório anual divulgado meses atrás, a unidade da PricewaterhouseCoopers (PwC) em Hong Kong aprovou as contas da Evergrande referentes a 2020. Diante da situação da Evergrande, o procedimento normal seria fazer um alerta, expressando dúvidas sobre a capacidade da empresa de manter a solvência por ao menos 12 meses.

Agora, a Evergrande se encontra à beira do colapso financeiro, pressionada por uma dívida de US$ 88,5 bilhões e com passivos totais que ultrapassam US$ 300 bilhões. A empresa contratou consultores financeiros, sugerindo uma possível reestruturação, e o governo da China orientou governos locais a se preparar para seu eventual colapso. Procuradas, a PWC e a Evergrande não quiseram comentar o assunto.

Empresa perde apoio em Hong Kong

Um importante acionista do Evergrande Group planeja vender todas suas ações na incorporadora da China, potencialmente levando mais de US$ 1 bilhão no processo. A Chinese Estates Holdings, controlada pelo bilionário de Hong Kong Joseph Lau e sua mulher, Chan Hoi-wan, afirmou na quinta-feira que recentemente reduziu sua participação na Evergrande de quase 6,5% a 5,7% e que buscava aprovação dos acionistas para vender o restante.

A Chinese Estates gastou o equivalente a US$ 1,75 bilhão para comprar sua parcela em 2017 e 2018, e outros US$ 86 milhões em bônus da Evergrande, segundo documentos.

Agora, a companhia afirmou que seu conselho estava cauteloso sobre a empresa, incluindo questões de liquidez e os riscos para suas finanças e operações, caso ela não consiga solucionar os problemas.

A Chinese Estates também citou um declínio significativo no preço da ação da Evergrande, além da volatilidade do mercado acionário e de mudanças nos mercados e na economia.

A ação da Evergrande subiu cerca de 18% na quinta-feira, após ela resolver um pagamento de bônus na própria China na quarta-feira, mas o papel ainda recua mais de 82% neste ano.

Investidores avaliam se a empresa pode pagar US$ 83,5 milhões em um cupom devido para esta quinta-feira, em um bônus denominado em dólar.

Com informações de Estadão Conteúdo (Dow Jones Newswires)

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