Consumidor brasileiro está retornando às lojas físicas, mas está desconfiado com a economia

Pesquisa aponta que 2/3 dos brasileiros fazem compras online e offline

Consumidor brasileiro está retornando às lojas físicas, mas está desconfiado com a economia

Os brasileiros estão retornando aos hábitos pré-pandemia e às lojas físicas. Segundo a 7ª edição da pesquisa sobre tendências do varejo Consumer Pulse, realizada pela dunnhumby, especializada em ciência de dados do consumidor, as visitas às lojas físicas voltaram a crescer e hoje predominam com 60%, contra 40% do online.

Segundo o estudo, 2/3 dos brasileiros fazem compras online e offline (ominichannel). Embora as compras presenciais sejam predominantes, o Brasil permanece como o 5º país do estudo que mais utiliza o e-commerce.

André Rocha, country head da dunnhumby no Brasil, observa que o consumidor hoje tem mais opções de canais de compra e a tendência é que o omnichannel continue fazendo parte da vida dos brasileiros.

“O brasileiro perdeu o medo das compras online e ganhou um canal a mais, tanto para consumir como para pesquisar valores. O desafio com a retomada do varejo físico é fazer com que os canais não se sobreponham, mas se integrem e ofereçam uma jornada única de compra, completa, tanto no físico como no digital”, descreve o executivo.

Equilíbrio na retomada

Na primeira edição do estudo, em março de 2020, 36% dos consumidores afirmaram que continuariam a aumentar os gastos com compras online. Agora este número caiu para 27%.

A queda indica que os varejistas precisam equilibrar a retomada das vendas nas lojas físicas com a preservação de suas estruturas de e-commerce, integrando os múltiplos canais oferecidos aos consumidores e evitando que estes compitam entre si.

Embora destaque o desejo dos consumidores de retomar os hábitos pré-pandemia, o trabalho também sublinha que 50% deles ainda não se sentem seguros para fazer compras presenciais e que o número de brasileiros que acreditam que os varejistas estejam fazendo um bom trabalho durante a pandemia caiu de 52% para 41% entre março de 2020 e setembro de 2021.

“Com o afrouxamento das regras de distanciamento social e o avanço da vacinação, as lojas voltaram a ficar mais cheias, consequentemente, as filas ficam maiores e o atendimento mais demorado. Os consumidores haviam se acostumado com as lojas relativamente vazias no pico da pandemia. É uma tendência que o fluxo continue aumentando e os varejistas precisam se esforçar para entregar uma boa jornada de consumo, com segurança e que recupere cada vez mais a confiança do público”, insere Rocha.

Pessimismo com a economia

O trabalho também revelou que os consumidores estão mais satisfeitos com as experiências de compra: o nível de satisfação na primeira edição do estudo era de 24% e agora saltou para 32%.

Por outro lado, o pessimismo com a economia brasileira é alto. Na média, entre os países avaliados, 63% dos consumidores acham que a economia de seu país está fraca e 47% dizem que as finanças pessoais não vão bem. Já no Brasil, estes números são de 83% e 75%, respectivamente.

De acordo com a pesquisa, estratégias de compra mais comuns dos brasileiros são pesquisar online (57%), comprar em lojas com preços mais baixos (53%) e comprar apenas o que está na lista (51%).

Ainda segundo o trabalho, o país tem um dos níveis mais altos de priorização de preço e está abaixo da média global quando o assunto é a busca por qualidade dos produtos consumidos. Neste quesito, 43% dos consumidores brasileiros compram em lojas com melhor qualidade e 34% consomem produtos orgânicos e naturais.

Imagem: ShutterStock

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