Participei pela primeira vez do Fórum Econômico Mundial, evento anual que reúne os principais líderes mundiais em Davos, na Suíça, e tive a oportunidade de estar entre os dias 16 e 20 de janeiro com importantes lideranças políticas e sociais para debater a agenda socioeconômica, que teve como tema “Cooperação em um mundo fragmentado”.
Durante os cinco dias de evento, participei de reuniões e painéis sobre o ecossistema da inovação social, filantropia e empreendedorismo, que tiveram a presença de grandes personalidades como Larry Fink, CEO da BlackRock, Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, e Fernando Haddad, ministro da Fazenda. Em destaque, a discussão sobre a polarização mundial e a importância de a sociedade de recuperar a esperança em meio à crise atual, além da capacidade das empresas de promover inovação por meio da conexão das equipes com o propósito da corporação.
No campo do impacto social, estive em rodas de conversas que ressaltaram a importância da filantropia caminhar lado a lado com instituições do governo e empresas, tendo-se em conta que a economia social já começou a colocar esse impacto no centro de suas missões, como é o caso da Schwab Foundation for Social Entrepreneurship, parceira do Fórum Econômico Mundial que apoia líderes inovadores sociais para criar um mundo mais justo, sustentável e igualitário.
Seguem cinco destaques da minha participação no Fórum:
1) Tive um encontro com Adam Grant, o mais respeitado psicólogo organizacional do mundo, que liderou um painel sobre as semanas de 4 dias, uma tendência em estudo em todo mundo. A mensagem principal: está nas mãos das pessoas dentro das companhias testar e fazer funcionar – e estudos já mostram a eficiência dessa ideia para combater a epidemia de burnout que trabalhadores vivem por todo o mundo.
2) Participei de uma roda de conversa mediada pelo respeitadíssimo professor Subi Rangan, do Insead (Instituto Europeu de Administração de Empresas), sobre a capacidade que as empresas têm de empreender internamente. Fiquei muito feliz de poder apresentar, entre tantas empresas relevantes, o trabalho da Editora MOL e a forma como nós estimulamos o intraempreendedorismo em nossos parceiros. Muito se discutiu sobre qual é a melhor forma de grandes empresas trabalharem as permissões e transmissões de seus valores aos seus times para estimular a inovação.
3) Um dos meus painéis favoritos foi o “Profit and Purpose”, que trouxe o CEO da The Lego Group, Niels B. Christiansen. A empresa é um exemplo incrível de como propósito e lucro caminham juntos: 25% dela pertencem à fundação do Grupo e são muitas as ações de investimento social e valorização do time. A unanimidade da conversa (que também contou com representantes da Deloitte, GHR Foundation e Henry Schein) foi que empresas que incorporam o propósito em sua cultura performam muito melhor em todos os aspectos.
4) No painel “Attracting Talents”, ouvi uma discussão riquíssima sobre o que de fato importa no pós-pandemia para os talentos dos diferentes mercados. Cada vez mais, a transparência na relação empregado-empregador é fator decisivo, assim como flexibilidade e capacidade de engajamento – salário, hoje, é o quarto elemento da prioridade dos novos talentos. Foi muito bacana poder escutar as experiências da rede portuguesa Sonae, muito inspiradoras para o trabalho que fazemos via Editora MOL no varejo brasileiro. Negócios verdadeiros, que transmitem seus valores de forma genuína aos seus colaboradores, são aqueles que vão prosperar no novo capitalismo que tanto se discute por aqui.
5) Participei de uma conversa riquíssima sobre Social Economy, que é a causa por trás da Schwab Foundation for Social Entrepreneurship. A economia social coloca o impacto no centro de suas missões e vem mostrando resultados absolutamente incríveis e escaláveis em coordenação com empresas e governos pelo mundo. Neste painel, a Jeroo Billimoria, uma das mais incríveis empreendedoras sociais do mundo, lançou o Catalyst 2030 Business Commitment, selo de reconhecimento a grandes empresas que trabalham juntos com negócios de impacto social. Vale conhecer.
Saí feliz, realizado e honrado por ter vivido essa experiência, e com uma sensação de ainda mais responsabilidade de correr atrás para melhorar o Brasil e o mundo.
Rodrigo Pipponzi é cofundador da Editora MOL e presidente do conselho do Grupo MOL.
Imagem: Divulgação World Economic Forum/Ciaran McCrickard