As 10 competências socioemocionais essenciais para profissionais do mercado de varejo e consumo

As competências socioemocionais são a capacidade de ter autocontrole e gerir emoções e atitudes para conviver melhor em sociedade, mesmo em condições adversas e sob pressão. Essas competências se tornam cada vez mais importantes e valorizadas no atual contexto de mundo em que vivemos hoje, em que tudo parece ser volátil, incerto, complexo e ambíguo (ou mundo VUCA/VICA). É assim que tem sido definido o novo “status quo”, ou seja, o novo normal, que, independentemente de pandemia, é marcado por rápidas transformações e alto nível de flexibilidade para conseguir se adaptar e acompanhar todas as mudanças.

No mercado de varejo e consumo não é diferente. Em um mercado que representa mais de 50% do PIB, quando se trata de Brasil, as empresas precisam encontrar diariamente meios de continuar produzindo, atendendo a toda uma cadeia de distribuição, até alcançar a última milha, ou seja, o consumidor. Empresas são feitas por pessoas e é por meio também de suas competências socioemocionais que elas alcançam resultados e cumprem com os objetivos e desafios propostos pela própria empresa e pela transformação do mercado. No cenário atual, as competências socioemocionais tornam-se tão importantes quanto as competências cognitivas e o conhecimento técnico e especializado.

Reservei 10 competências socioemocionais que considero essenciais para o pleno desenvolvimento de profissionais do mercado de varejo e consumo e, consequentemente, para o crescimento das empresas em que atuam. São elas:

  1. Responsabilidade
    Quando se faz parte de um time, cada pessoa é fundamental para o ecossistema da empresa, que é um organismo vivo. Cada célula, cada indivíduo precisa assumir o seu papel e ter plena consciência das suas responsabilidades e do impacto delas para o todo.
  2. Organização
    Como tudo muda muito rápido e tudo precisa ser realizado com a mais alta agilidade, fazer a gestão do tempo e ter metas e objetivos claros a cumprir em todos os níveis hierárquicos da empresa é fundamental. Ter foco nunca foi tão necessário.
  3. Entusiasmo
    É preciso saber ver o lado positivo de todas as situações, encontrar as oportunidades de aprendizado e seguir em frente. Demonstrar prazer e satisfação na sua atividade profissional colabora para gerar um ambiente positivo, que estimula a resolução de problemas. Resolver questões desafiadoras não deve ser um fardo ou ser encarado como algo negativo. Sair da zona de conforto é bom! Anime-se com isso!
  4. Empatia
    Enxergar o mundo pelo olhar de outra pessoa ajuda a ver as coisas sob uma nova perspectiva. Isso não quer dizer que você precisa necessariamente concordar ou discordar da situação apresentada pelo outro, apenas tentar entender o que se passa na cabeça do outro, tentar entender suas interpretações, necessidades e contexto de vida. Esse tipo de ação é benéfica para todos os envolvidos. Para ter empatia, é preciso ter escuta ativa, ou seja, escutar o que o outro tem a dizer e colocar-se inteiro no momento presente, sem se deixar levar por devaneios e pensamentos que te afastem dessa experiência.
  5. Confiança nos outros
    Confie que os outros possuem competências para cumprir com as tarefas que lhe foram dadas. Caso necessário, coloque-se à disposição para fornecer orientação e ensinamentos, mas não para fazer as atividades por elas. Seja um ator da transformação e do desenvolvimento. Assim você fará a diferença na vida dos outros, diminuindo seus níveis de ansiedade. Você não precisa estar sempre no controle de tudo!
  6. Saber lidar com o estresse
    O ritmo do mundo tem causado altos níveis de estresse nas pessoas, levando a casos extremos de burnout e até depressão no ambiente de trabalho. É necessário saber impor seu próprio ritmo e pedir ajuda quando precisar. Trabalhar muito não necessariamente é trabalhar bem, com altos níveis de produtividade. Transforme sua equipe em um verdadeiro time e tudo ficará mais leve.
  7. Saber lidar com frustrações
    Não precisa acertar sempre! É na tentativa e erro que se aprende mais. O importante é prestar atenção aos erros e aprender com eles, procurando fazer melhor na próxima tentativa. Frustrações fazem parte da vida. Nem sempre tudo acontece como você deseja, mas em seguida sempre surge uma oportunidade de tentar novamente.
  8. Autoconfiança
    Acredite mais em si mesmo e nas suas competências e capacidades de aprendizado. Ao nascer, você aprendeu inclusive a respirar. Lembre-se disso e veja quantas coisas você já conseguiu fazer depois disso! A cada minuto você recebe novas oportunidades. No mundo de hoje, é preciso conseguir percebê-las e acreditar que você tem a capacidade de realizar muito mais do que você já tem consciência de que pode.
  9. Criatividade na resolução de problemas
    “Insanidade é fazer sempre a mesma coisa várias e várias vezes esperando obter um resultado diferente”, disse certa vez Albert Einstein. A criatividade é como um músculo, quanto mais você a exercita, mais ela se fortalece. Não existe essa de “não sou uma pessoa criativa”. O segredo é pensar fora da caixa. Tente fazer coisas diferentes para conseguir um resultado diferente. Para que uma empresa seja saudável e sustentável no longo prazo, todos os membros precisam ser capazes de inovar. Reduzir a capacidade de inovação em um único setor é reduzir a capacidade de crescimento de uma empresa.
  10. Curiosidade de aprender sempre
    Pessoas curiosas tendem a aprender mais, pois elas não se contentam com a primeira resposta ou com informações superficiais. O ritmo atual exige que você aprenda coisas novas constantemente e tenha a criatividade necessária para transformá-las em soluções viáveis para o modelo de negócio em que atua.

Essa semana tive a oportunidade de participar do Programa Desenvolvimento Sustentável em Foco, organizado pela Arcos Dorados (holding detentora da marca McDonald’s), no qual Emilio Munaro, vice-presidente de Global Business Development & Communication do Instituto Ayrton Senna, falou sobre competências socioemocionais e o projeto desenvolvido pelo instituto junto às escolas e instituições de ensino básico. Aproveitei a oportunidade para perguntar ao Emílio como ele via o papel das empresas no desenvolvimento das competências socioemocionais de seus colaboradores. Ele respondeu: “As competências socioemocionais têm total relevância para as empresas. É muito normal você contratar pelo conhecimento apresentado no currículo. Mas as pessoas são desligadas das empresas por falta das competências socioemocionais”.

E você? Como está trabalhando o seu autodesenvolvimento quanto às competências socioemocionais para ser um profissional do presente? E como a empresa está estimulando e dando espaço para que essas competências sejam desenvolvidas em todos os stakeholders?

Roberta Andrade é gerente de Soluções da Friedman.
Imagem: Arte/Mercado&Consumo

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