Diante do comportamento cauteloso dos empresários, o Índice de Estoques (IE) do comércio paulistano sofreu queda de 1,7% em junho, chegando a 119,1 pontos, ante os 121,1 pontos de maio. Já em relação ao mesmo período do ano passado, houve alta de 11,2%. A proporção dos que consideraram seus estoques adequados caiu apenas 1%, passando de 60% em maio para os atuais 59,4%. Contudo, na comparação com o mesmo mês de 2018, obteve alta de 6,1 pontos porcentuais, quando a porcentagem era de 53,3%.
De acordo com a assessoria econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a queda do índice se deu pela elevação mensal da proporção de comerciantes com estoques baixos. O que significa que apesar da lentidão nas vendas, devido às instabilidades política e econômica pelas quais o país passa, os empresários têm apresentado comportamento conservador e se adaptado aos momentos de adversidade. Esse resultado é melhor do que se apontasse estoques altos, pois mercadorias paradas são mais custosas.
Assim, houve queda no levantamento de empresários que declararam ter excesso de estoques, saindo de 27,5% em maio para 26,5% em junho, diferença de 0,9 ponto porcentual. Os que consideram ter estoques baixos cresceram 2,2 pontos porcentuais em relação ao mês anterior, de 11,6% em maio para os atuais 13,7%. Os números estão bem próximos dos registrados na pré-crise, antes de 2014, quando 60% dos comerciantes tinham estoques adequados, 25% afirmava ter estoques acima e 15% abaixo do adequado.
Os dados são levantados pela FecomercioSP e captam a percepção dos varejistas sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas, variando de 0 (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos 100 pontos é o limite entre inadequação e adequação.
Segundo a entidade, agora os empresários precisam estar mais atentos à logística para que não faltem mercadorias, o que pode ocasionar perdas de vendas e até de clientes.
Para a FecomercioSP, com os projetos políticos encaminhados, pode ser que ocorra no segundo semestre uma alta do estoque, com o início de um ciclo de recuperação econômica, com o aumento do índice de confiança de consumidores e empreendedores. Contudo, resultados concretos devem ser vistos apenas em 2020.
A Federação ressalta que entre os pequenos comerciantes o excesso de estoque (27,2%) é maior do que entre os grandes (3,9%), que têm um controle melhor sobre o custo de manutenção e acesso a processos logísticos, permitindo ajustar a quantidade de mercadoria no tempo adequado. Logo, são mais competitivas.
Diante dessa concorrência, a FecomercioSP recomenda que as pequenas e médias empresas aproveitem a proximidade com o consumidor final para oferecer tratamento personalizado, no qual as habilidades humanas, como saber quem é o cliente, seus hábitos de compra e a empatia ainda são fundamentais. Atualmente, as grandes corporações se utilizam da inteligência artificial para tentar captar as necessidades do usuário, contudo, o comércio local ainda está em vantagem pelo seu contato rotineiro. Além disso, a entidade sugere fidelizar o consumidor por meio de descontos progressivos, conforme a frequência de compras.
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