A Nestlé é a marca mais consumida na categoria alimentícia nas favelas do Brasil, sendo citada por 58,2% dos entrevistados na pesquisa Tracking das Favelas, realizada pela Nós. Na mesma categoria, a Sadia ocupa o segundo lugar, com 56,2%. Na categoria de serviços financeiros, o Nubank foi mencionado por 47,1% dos consumidores das comunidades, seguido pela Caixa Econômica Federal, na segunda posição, com 34,3%. Quando o assunto é compras online, a Shopee é a favorita do público, liderando com 60,5%, seguida pelo Mercado Livre, com 57,5% das preferências.
Na categoria de bebidas alcoólicas, o levantamento aponta as marcas Skol e Heineken, com 39% e 38,3%, respectivamente, entre as mais consumidas. O Boticário e Natura foram líderes na categoria de higiene e beleza, com 54,7% e 49,4% dos moradores preferindo essas marcas. Para o estudo, a Nós entrevistou 800 moradores de favelas de todo o Brasil.
“Essas comunidades compõem uma grande classe C, formada por pessoas economicamente ativas, trabalhadoras e que contribuem para o PIB do País”, diz Emília Rabello, CEO da Nós.
A pesquisa foi realizada entre agosto e setembro deste ano e aponta que o potencial de consumo das favelas brasileiras é de R$ 167 bilhões por ano. O montante equivale a mais de uma vez e meia o PIB de Belo Horizonte (R$ 106 bilhões), a quarta cidade mais rica do Brasil, atrás de São Paulo (R$ 830 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 360 bilhões) e Distrito Federal (R$ 287 bilhões). Dados da Nós destacam ainda que o Brasil possui, atualmente, mais de 6 mil favelas, onde vivem cerca de 17 milhões de pessoas em 4 milhões de lares, com uma renda média mensal de R$ 3.036 por domicílio.
Emília ressalta que, para conquistar o público das favelas e áreas periféricas, as empresas precisam ir além das campanhas publicitárias tradicionais. Segundo ela, uma estratégia eficaz deve começar com uma pesquisa profunda sobre a realidade, os desejos e os desafios desses consumidores. A CEO destaca que as companhias devem sair da zona de conforto e se envolver no cotidiano das comunidades, entendendo como os moradores vivem, quais produtos facilitam suas vidas e de que maneira se conectam emocionalmente às marcas. “É preciso entender o que realmente acontece nessas áreas, para construir conexão com esse consumidor”, afirma.
Em relação às tendências, a CEO da Nós destaca que a digitalização está se expandindo nas periferias. Segundo ela, um exemplo disso é o Nubank, que, de acordo com o Tracking das Favelas, tem se consolidado como o banco preferido nessas comunidades. “Muitos moradores das favelas já tiveram conta na Caixa, seja por questões trabalhistas ou por benefícios. […] No entanto, hoje, quando falamos de liderança no segmento de contas digitais, o Nubank se destaca.”
Com informações de DC News.
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