Dados em primeiro lugar

Varejo pós-pandemia: 80% das compras serão feitas em lojas físicas

Um dos temas que estamos levando para o Retail Trends desse ano, sintetizando alguns dos temas que foram vistos na última NRF, está na questão dos dados e da importância deles.

Mas há algo novo sobre dados? Tecnicamente não, porém, a questão essencial sobre dados não está na questão do termo em si, mas no fato de que a distância entre aqueles que até hoje não criaram nenhuma iniciativa nesse sentido e aqueles que já começam a obter resultados sólidos é cada vez maior.

Na última NRF foi possível verificar não somente uma nova infinidade de propostas sobre como obter novos dados de consumo através de equipamentos como câmeras e sensores, captando desde a movimentação de clientes, até mesmo a pegada de produtos em gôndola, como também sincronizando essas informações em tempo real para que as tomadas de decisão sejam cada vez mais rápidas e assertivas

Bons exemplos não faltam: um dos que mais nos chamou a atenção em Nova Iorque, a B8ta, um modelo de negócio baseado na locação de espaço para pequenas marcas (mas que começa a chamar a atenção de grandes players também), que como grande trunfo a captação de absolutamente tudo o que acontece no ponto de venda, através de câmeras e sensores espalhados pela loja, e até mesmo as informações geradas nos tablets expostos pela loja com informações.

Todas as informações geradas são compartilhadas com as marcas que estão no espaço. Assim sendo, cada marca pode estudar como está sendo seu impacto no local e qual a melhor estratégia para um melhor resultado.

Mas só é possível trabalhar com dados se tiver tecnologia envolvida? Na visita técnica que fizemos à nova flagship da Zara, foi possível entender que mesmos os dados transacionais, que hoje praticamente todo o varejo tem a disposição, como vendas, tíquetes médios, entre outros, quando bem utilizados, podem criar informações para rápidas tomadas de decisões de reposições, compras e coleções.

Não é à toa que a marca hoje é uma referência no modelo de fast fashion, principalmente pela velocidade como consegue levar o que acontece nas passarelas para os cabides e araras da loja.

E não se trata somente de exemplos vindos de fora. Empresas como Petz, Mambo, entre outras no Brasil, vêm tornando as informações hoje geradas algo que possa ser facilmente consultado e trabalhado, otimizando ações, e por consequências, resultados.

Na maioria dos casos, celulares ou scanners ao lerem uma etiqueta eletrônica, podem gerar uma série de informações, como data do próximo estoque, última venda, preço (para checagem de etiquetas), entre outros.

No caso dos dados, eu costumo traçar um paralelo entre o mundo do varejo e o dos esportes. Como no esporte, acreditamos que o varejo deve ser feito na raça, com o sucesso conquistado através do esforço.

Entretanto, se analisarmos a maioria das atividades esportivas hoje, onde uma corrida de automóveis pode ser decidida por uma pequena fração de segundos, ter à mão dados como clima, dados da pista, entre outros, vão auxiliar no preparo do carro e do piloto, em busca dos resultados almejados.

Uma corrida é muito mais do que a vitória de quem acelera mais. É a vitória de quem na verdade, dirigiu melhor. Nos negócios, não é diferente. Onde muitos apenas tentam acelerar, estão ganhando mercado aqueles que souberam, através dos dados, dirigir melhor seus negócios.

Sai na frente quem considera a importância dos dados em primeiro lugar.

* Imagem reprodução

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