Se acordo Mercosul-UE fosse fácil, isso já teria sido feito, afirma Lula

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, confirmou a disposição de trabalhar para que a assinatura do acordo se concretize ainda este ano

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quarta-feira, 26, que, se fosse fácil fechar o acordo Mercosul com a União Europeia, isso “já teria sido feito”. Ele lembrou que o desfecho para essa negociação já esteve perto muitas vezes e citou vários momentos em seus governos passados onde isso ocorreu.

“O acordo mexe com os interesses da sociedade”, justificou Lula.

Segundo o presidente brasileiro, o acerto feito pelo governo Bolsonaro é inaceitável porque impõe punição. “A proposta é inaceitável porque impõe punição e não podemos aceitar”, disse Lula, acrescentando que tem interesse em assinar o documento.

A Espanha vai presidir a União Europeia no segundo semestre deste ano em substituição à Suécia e, na percepção do presidente da República, isso aumenta a chance de sucesso.

“Tenho interesse em fechar, mas todos têm que estar de acordo e tem que todo mundo ganhar. No ganha-ganha é que podemos fazer um bom acordo”, disse Lula.

Espanha confirma disposição para concretização do acordo

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, confirmou a disposição de trabalhar para que a assinatura do acordo Mercosul-União Europeia (UE) se concretize ainda este ano. Para Sánchez, o momento de grandes desafios que vive o mundo é propicio para que a parceria entre os dois blocos se concretize.

“O momento é de incertezas e de oportunidades, e o Brasil e Espanha compartilham de várias visões, como a urgência em trabalhar questões climáticas e ambientais. Se temos uma oportunidade, ela é agora, a Europa precisa de aliados. Vamos trabalhar para superar dúvidas de alguns países”, disse Sánchez, acrescentando que seu compromisso com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, é trabalhar para atingir o acordo Mercosul-UE.

Segundo Sánchez, são poucos os pontos em que precisa haver ajustes até que se firme o acordo e a disposição é estreitar as relações entre os dois blocos.

O presidente de governo da Espanha lembrou que o país é o segundo investidor estrangeiro no Brasil e disse que os acordos firmados nesta quarta são uma continuidade depois de o Brasil ter ficado ausente do cenário internacional por anos. “O Brasil é uma potência e não ouvimos a sua voz por muitos anos”, afirmou.

Sánchez disse ainda que “vimos o Brasil e os EUA passarem por barbáries contra o estado democrático e damos extrema importância a esta visita”.

Com informações de Estadão Conteúdo (Cristina Canas)

Imagem: Shutterstock

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