Com o fechamento do comércio e as atuais restrições de horário de funcionamento em muitas cidades do Brasil, os shoppings aderiram soluções digitais para continuar funcionando. Marketplaces e serviços de entrega no mesmo dia foram incorporados aos empreendimentos.
Para Mauricio Romiti, diretor administrativo e financeiro da Nassau Empreendimentos, que atua há mais de 30 anos no mercado de shopping centers, a digitalização dos shoppings é um trabalho conjunto entre o shopping e os lojistas. “Aumentou muito essa adesão ao digital e o mercado tem avançado, mas ainda há um longo caminho a percorrer nesse sentido”, afirma.
O Shopping Center 3, em São Paulo, investiu em um marketplace próprio e em campanhas de frete gratuito em datas comemorativas, como a Páscoa e o Dia das Mães. “Certas mudanças podem não ser tão perceptíveis para os clientes, mas a estrutura do varejo nos shoppings está mudando”, explica.
Uma das soluções da qual o diretor aposta é a das lojas para o formato “show room”, no qual as marcas dos produtos terão no shopping um instrumento de marketing direto, com mais envolvimento com o consumidor final, que poderá finalizar sua compra tanto na loja física quanto na online.
Tecnologia
A introdução da tecnologia vem acontecendo de forma discreta, mas rápida. Como exemplos, Romiti cita os quiosques de autoatendimento, que eram usados apenas por estacionamentos até alguns anos atrás, e os métodos de pagamento por aproximação, cardápios em tablets e as telas digitais com conteúdo.
“O varejo tem sido muito hábil em introduzir tecnologia ao ambiente sem chocar o consumidor. A tecnologia futurista, como aquela que vemos nos filmes, pode até estar em um futuro não muito próximo, mas estamos muitos passos à frente do que estávamos há poucos anos atrás”, diz Romiti.
Hubs logísticos
O processo de digitalização e a migração para o online vêm ampliando o leque de funções dos shoppings. Com e-commerces estruturados, as lojas nos shoppings estão se transformando em hubs logísticos.
Modalidades de entrega de mercadorias como o Pick Up In Store, em que o consumidor faz a compra pelo site e busca o produto na loja, e os pontos de coleta e retirada alteram a forma como os consumidores se relacionam com o espaço.
“Hoje, é quase inconcebível que o consumidor vá ao shopping fazer uma compra sem pesquisar o produto e comparar preços online. Por isso, nem todas as vendas que ocorrerem nos shoppings são geradas lá e nem todas as vendas geradas nos shoppings serão finalizadas na loja física”.
Imagem: Divulgação