O que esperar do mercado de luxo em 2025?

Os consumidores de luxo, a geração Z e os Millenials estão mais conscientes do impacto ambiental e social de suas compras

O que esperar do mercado de luxo em 2025?

O mercado de luxo tem se mostrado resiliente e dinâmico ao longo das últimas décadas, adaptando-se a novas realidades e desafios. O ano de 2024 foi particularmente significativo, marcado por transformações que refletiram tanto as mudanças no comportamento, quanto questionamentos dos consumidores.

Em 2024, o mercado de luxo global vinha de uma recuperação após os impactos da pandemia de COVID-19, mas sofreu com a desaceleração do consumo de luxo no mercado chinês, causado pela crise imobiliária e um crescimento mais fraco da economia do país. No começo do ano, falou-se muito sobre o “quiet luxury”, o mercado secundário de itens de luxo, a questão dos “dupes”, autenticação de produtos, da subida expressiva de preço de itens de luxo como as bolsas da Chanel e o questionamento da “qualidade x preço” de alguns produtos também foram palco de discussões interessantes na internet.

A questão da sustentabilidade, da importância das lojas físicas, eventos exclusivos e experiências de luxo personalizadas também fazem parte dessa lista.

São muitos tópicos diferentes, então vamos focar no que continua sendo assunto em 2025.

Vendas e experiências digitais

Em 2024, as marcas de luxo continuaram investindo em suas plataformas digitais, oferecendo experiências de compra mais envolventes e personalizadas. A realidade aumentada (AR) e a Inteligência Artificial (IA) tornaram-se ferramentas essenciais para as marcas, permitindo que os consumidores experimentassem produtos virtualmente antes da compra. Essa mudança não apenas ampliou o alcance das marcas, mas também atendeu à demanda por conveniência e acessibilidade.

Para 2025, a personalização por meio de algoritmos de IA, que oferecem recomendações baseadas no comportamento do consumidor, deve se tornar uma norma, assim como a integração de plataformas de e-commerce com redes sociais.

Responsabilidade social e sustentabilidade

A sustentabilidade continuou a ser um tema central em 2024. Os consumidores de luxo, a geração Z e os Millenials estão mais conscientes do impacto ambiental e social de suas compras. A preferência dos consumidores é crescente por marcas que adotaram práticas sustentáveis, como o uso de materiais ecológicos e a transparência e rastreabilidade nas cadeias produtivas. A moda circular, que incentiva a reutilização e a reciclagem de produtos, também continua em aceleração, com várias marcas lançando coleções feitas a partir de materiais reciclados.

Para os próximos anos, a sustentabilidade não será apenas uma tendência passageira, mas uma expectativa fundamental para os consumidores de luxo, incluindo os espaços que habitam e trabalham. Espera-se que as marcas intensifiquem seus esforços em direção a práticas mais éticas e sustentáveis. Isso incluirá não apenas produtos ecológicos, mas também iniciativas sociais que garantam condições justas de trabalho em suas cadeias de suprimentos.

Experiências personalizadas

Em 2024, as marcas de luxo focaram em oferecer experiências personalizadas como eventos superexclusivos, viagens personalizadas e acesso a coleções limitadas. Essa ênfase em experiências únicas ajudou as marcas a criar laços emocionais mais fortes com seus clientes, resultando em fidelização e aumento do valor percebido.

Em 2025, as experiências de luxo devem se tornar ainda mais inovadoras e imersivas. Realidade Virtual (RV) e experiências holográficas podem oferecer aos consumidores maneiras novas e emocionantes de interagir com as marcas. Eventos presenciais podem incorporar tecnologia para criar experiências multissensoriais que encantem e engajem os participantes de formas inéditas.

Baseado no desempenho do mercado de luxo em 2024 vejo como tendência uma crescente demanda por produtos de luxo acessíveis, com mais marcas lançando linhas de produtos de luxo a um preço pagável para um determinado bolso. Isso pode incluir colaborações entre marcas, com designers emergentes ou a criação de edições limitadas que sejam mais acessíveis, mas que ainda mantenham a exclusividade.

À medida que avançarmos no ano de 2025, esses assuntos devem se consolidar, moldando um futuro em que as marcas de luxo não apenas atendem às expectativas de seus consumidores, mas também lideram e mostram um novo caminho em responsabilidade social e ambiental. O mercado de luxo, sempre em constante evolução, e as marcas que se adaptarem, rapidamente às novas realidades e preferências estarão mais bem posicionados para prosperar nos próximos anos.

Sandra Hayashida é fundadora da LPE Experiências.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Shutterstock

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