Ninguém pode assumir poderes dentro da Oi sem anuência prévia da Anatel, diz Baigorri

O empresário Nelson Tanure, que chegou a ter os direitos políticos restritos na companhia, em 2017, está de volta

Justiça homologa plano de recuperação judicial da Oi, que soma R$ 44,3 bilhões em dívidas

O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, afirmou nesta terça-feira, 27, que nenhum acionista pode assumir o controle da Oi sem antes receber autorização da autarquia.

“Ninguém pode assumir poderes dentro de uma empresa de telecomunicações do porte da Oi sem ter anuência prévia da Anatel. Já aconteceu antes, de acionista tentar tomar controle sem anuência da Anatel e foi uma bagunça dos diabos”, afirmou Baigorri.

A declaração aconteceu em entrevista à imprensa durante a Mobile World Congress (MWC), feira de telecomunicações realizada entre 26 e 29 deste mês em Barcelona, Espanha. Na ocasião, Baigorri foi perguntado se considera a chegada do empresário Nelson Tanure na Oi uma tomada hostil, o que ele negou. Baigorri ponderou aí que algo do tipo requer aval da Anatel, e que ainda não chegou nada do tipo.

Tanure deixou de investir na Oi há cerca de quatro anos, mas está de volta. O empresário chegou a ter os direitos políticos restritos na Oi em 2017, quando os conselheiros e diretores indicados por ele foram impedidos de participar das negociações com credores.

Recuperação Judicial

No início de fevereiro, a Oi apresentou uma nova versão do plano de recuperação judicial aos acionistas, conforme comunicado em dezembro. As convocações presenciais do Conselho foram marcadas para os dias 5 e 11 de março, em primeira e segunda chamada, respectivamente.

É a segunda vez que a companhia de telefonia móvel pede recuperação judicial com uma dívida estimada em R$ 44,3 bilhões. Sete anos antes, o primeiro pedido foi feito com dívidas na casa dos R$ 65 bilhões.

Com informações de Estadão Conteúdo (Circe Bonatelli)
Imagem: Shutterstock

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