“Não devemos antecipar 2022 para 2021”, diz Temer

Ex-presidente diz que momento é de combater a pandemia e recuperar a economia

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) conclui a assinatura digital e lacração dos sistemas eleitorais que serão usados nas eleições de outubro (José Cruz/Agência Brasil)

O ex-presidente Michel Temer criticou a antecipação do debate sobre as eleições presidenciais de 2022. Segundo ele, o momento é de união para discutir os problemas atuais causados pela pandemia da covid-19. “Tenho dito, com muita frequência, que não devemos antecipar 2022 para 2021, porque em 2021 já temos problemas seríssimos. Temos de combater a pandemia e recuperar a economia. É preciso esperar 2022”, disse em evento promovido virtualmente nesta terça-feira (27) pela Gouvêa Ecosystem.

Mesmo sem citar nomes, o ex-presidente falou sobre a possível polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula, que teve os direitos políticos reestabelecidos após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) anular as condenações feitas pela 13ª Vara Federal de Curitiba. “Há duas radicalizações, mas acho que vai acabar aparecendo alguém que caminhe pelo meio. Mas não será agora. Temos de esperar o ano que vem. Isso será mais útil política e civicamente para o Brasil”, disse.

Questionado se poderia ser essa terceira via, Temer tergiversou. “Confesso que já fiz um pouco de tudo na vida, mas já cumpri um papel. Não tenho muito essa disposição, mas evidentemente só discutiria isso em 2022.”

‘Reformas necessárias’

Embora as reformas tributárias e administrativa sejam necessárias para a recuperação da economia, Temer diz ser muito difícil uma aprovação no atual momento. “A reforma tributária é muito difícil, porque aumentar tributos é oneroso demais, especialmente para a classe produtiva. O que é possível fazer é uma espécie de simplificação tributária. Seria muito útil”, diz..

Segundo ele, as corporações ganharam muita relevância e têm um poder extraordinário para influenciar o Congresso Nacional em uma eventual reforma administrativa. “O projeto de reforma administrativa inclui só os novos servidores. E isso só resolveria o problema no futuro.

“Eu identifiquei essa necessidade e fiz reformas silenciosas no meu governo. Por exemplo, tinha cerca de 20 mil cargos em comissão que estavam desocupados. Nós eliminamos. Numa outra vez, o presidente do Banco do Brasil me avisou que ia fechar agências improdutivas, sem causar prejuízo ao usuário, através do Plano de Demissão Voluntária. E fizemos uma reforma silenciosa.”

Imagem: Agência Brasil

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