No mês de julho de 2024, o varejo físico brasileiro apresentou uma performance mista. Enquanto o fluxo de visitação em lojas físicas recuou em comparação ao mesmo período do ano anterior, o faturamento do setor mostrou crescimento expressivo de 7%.
Segundo o Índice de Performance do Varejo (IPV), da HiPartners Capital & Work em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), essa elevação nas vendas foi impulsionada, em grande parte, pelo aumento no ticket médio.
Após dois meses de crescimento acentuado, em razão de datas comemorativas como Dia das Mães e Dia dos Namorados, julho registrou uma desaceleração. O fluxo de visitação em shopping centers caiu 5%, enquanto as lojas de rua tiveram um recuo mais modesto, de 1%. Esses números indicam uma retração após o forte desempenho observado nos meses anteriores.
“O varejo nacional em julho mostrou alguns desafios importantes. A combinação de inflação, juros elevados e crédito restrito está moldando um consumidor mais cauteloso e seletivo. O setor precisará continuar adaptando suas estratégias, tanto em termos de oferta quanto de financiamento, para navegar nesse ambiente econômico um pouco mais complexo e volátil”, destaca Eduardo Terra, sócio da HiPartners e presidente da SBVC.
Faturamento em alta
Contrariando as expectativas geradas pela diminuição do fluxo, o faturamento geral das lojas físicas cresceu 7%. Esse avanço foi observado em todas as regiões do País, com destaque para o Sul e o Nordeste, onde o crescimento foi de 11%.
O desempenho positivo está associado a um expressivo aumento de 8% no ticket médio, que reflete o comportamento de consumo em um ambiente econômico ainda desafiador.
Regionalmente, os resultados variaram no que diz respeito ao fluxo de visitantes, com algumas regiões apresentando crescimento e outras, retração. No entanto, todas registraram aumento no faturamento, sinalizando uma recuperação do poder de compra em várias partes do país.
Setorialmente, o destaque mais uma vez foi o segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, que atingiu crescimento de 11% no faturamento, mantendo a tendência positiva observada nos meses anteriores. Em contrapartida, o setor de móveis e eletrodomésticos mostrou uma queda de 9% no faturamento, destacando-se como a exceção entre os setores monitorados.
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