A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) prevê que o comércio da região metropolitana pode deixar de arrecadar mais de R$ 60 milhões devido à paralisação dos trabalhadores da CPTM, do Metrô e da Sabesp, anunciada para esta terça-feira, dia 28 de novembro, quando a circulação de pessoas na capital paulistana será prejudicada.
A greve conjunta do funcionalismo público estadual, que pode envolver ainda a rede estadual de ensino, foi programada para protestar contra as privatizações na Sabesp, Metrô e CPTM, reintegração dos metroviários demitidos na paralisação realizada em outubro e por um ensino público de qualidade.
O governo do Estado declarou ponto facultativo nesta terça com a finalidade de “mitigar os efeitos para a população devido ao movimento dos grevistas”.
Perdas no comércio
Para a ACSP, a greve anunciada afetará diretamente os serviços essenciais de transporte público e saneamento e terá repercussões imediatas sobre a atividade econômica da cidade. A estimativa, baseada no volume movimentado diariamente na cidade de São Paulo e região metropolitana, é do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP).
De acordo com economistas do IEGV, o prejuízo se dará principalmente por reduções nas compras imediatas dos consumidores e da queda na movimentação do comércio referente às compras antecipadas de final de ano, além do impacto na força de trabalho das mais variadas operações comerciais. Segundo a associação, o comércio e o varejo serão prejudicados, “comprometendo a sobrevivência de muitos empreendimentos, especialmente os pequenos e médios negócios”.
A ACSP defende a importância do diálogo e a busca por melhores condições de trabalho. Mas, de acordo com a nota emitida à imprensa, a entidade acredita ser “imperativo considerar o contexto no qual esta paralisação se insere”. Na perspectiva da associação, as reivindicações da categoria têm “caráter político” e “por isso, não apoia a sua iniciativa e repudia completamente sua realização”.
A Associação do Comércio também espera que os representantes dos trabalhadores e os órgãos responsáveis reconsiderarem a decisão de greve, buscando alternativas de negociação que garantam um acordo sem prejudicar o funcionamento essencial da cidade.
“Este é um momento de bom senso e de responsabilidade de todas as partes envolvidas para evitar prejuízos irreparáveis à nossa querida São Paulo. Esta greve, infelizmente, se traduzirá em sérios impactos para o comércio e varejo da cidade”, defende Roberto Ordine, presidente da ACSP.
Para a entidade, “o diálogo e a colaboração são os meios mais eficazes para encontrar soluções que atendam tanto aos interesses dos trabalhadores quanto às necessidades prementes da sociedade e do setor comercial.
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