Confiança do consumidor recua no mês de janeiro

A percepção das famílias sobre sua situação financeira atual se deteriorou

Confiança do consumidor recua no mês de janeiro

Com sinais de desaceleração da atividade econômica, a confiança do consumidor brasileiro está menos otimista: o Índice Nacional de Confiança (INC), da Associação Comercial de São Paulo, alcançou 102 pontos, queda de 1,0% em relação a dezembro e 2,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

A percepção das famílias sobre sua situação financeira atual se deteriorou, com uma piora ainda mais acentuada nas expectativas futuras em relação à renda e ao emprego. Além disso, foi observada uma leve redução na segurança no emprego.

Essa queda generalizada da confiança impactou negativamente na diminuição da disposição para comprar itens de maior valor, como carro e casa, redução da intenção de adquirir bens duráveis, como geladeira e fogão, e uma menor propensão para investir.

“Os sinais de desaceleração da atividade econômica, evidenciados pela redução na criação de empregos, somados à aceleração da inflação — especialmente no que diz respeito ao aumento dos preços de itens essenciais como alimentos e bebidas, — ocorrem em um cenário de alto endividamento das famílias e juros elevados. Esses fatores tendem a deixar o consumidor mais cauteloso em suas decisões de compra”, afirma Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP.

Resultados variados

Em termos regionais, os resultados foram heterogêneos: houve estabilidade na confiança nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, quedas no Norte e Sudeste, e aumento no Sul. Entre as classes socioeconômicas, os resultados também foram variados, com recuos no índice para as famílias das classes AB e C, enquanto as da classe DE apresentaram crescimento.

Apesar da contração mensal, o indicador continua se mantendo no campo otimista (acima de 100 pontos). A sondagem foi realizada com uma amostra de 1.679 famílias, a nível nacional, residentes em capitais e cidades do interior.

Imagem: Shutterstock

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