Da IA ao varejo, saiba como a China está mudando a forma de fazer negócios

Realidade tem sido responsável pela colocação, no mercado, de soluções pragmáticas e, não raro, mais acessíveis

Da IA ao varejo, saiba como a China está mudando a forma de fazer negócios

A cultura e o modelo de negócios da China estão revolucionando áreas que vão da tecnologia ao varejo. Enquanto as empresas e projetos ocidentais surgem geralmente de iniciativas isoladas ou dentro de universidades, o ambiente de negócios da China é caracterizado pela força do planejamento governamental e muitas empresas são guiadas por financiamentos e outros benefícios. Essa realidade tem sido responsável pela colocação, no mercado, de soluções pragmáticas e, não raro, mais acessíveis.

O resultado pode ser visto por meio de iniciativas como o chatbot da DeepSeek, que movimentou o mercado financeiro no início desta semana, e pelo sucesso de plataformas de e-commerce como AliExpress, do Grupo Alibaba, e Temu – ambas presentes no Brasil.

“Existe uma diferença de mindset ligada à origem do negócio. Quando a Amazon surgiu, ela comprava e vendia produtos pela internet, e depois criou o modelo de marketplace. Hoje, ela tem os dois modelos: de compra e venda e de marketplace. O Alibaba já surgiu com o modelo de marketplace, como uma grande empresa de tecnologia que compra e vende produtos de terceiros. O marketplace é naturalmente mais colaborativo porque depende de todo um ecossistema”, explica In Hsieh, sócio da Gouvêa China Desk.

In Hsieh foi um dos palestrantes do Retail Trends Pós-NRF 2025, promovido pela Gouvêa Experience em São Paulo nesta terça, 28. O evento traduziu, para o mercado nacional, os aprendizados da NRF Retail’s Big Show, maior evento de varejo das Américas, que foi realizado em janeiro em Nova York, nos Estados Unidos. Ambos os eventos contaram com cobertura completa da Mercado&Consumo.

As ferramentas da DeepSeek foram, de acordo com a empresa, desenvolvidas com um custo muito mais baixo e utilizando menos recursos do que os de concorrentes. Treinar o R1 custou US$ 5,6 milhões, valor que exclui gastos com pesquisa e desenvolvimento, mas que é significativamente menor em comparação com a faixa de US$ 100 milhões a US$ 1 bilhão citada no ano passado pelo CEO da rival americana Anthropic para criar um modelo parecido. É muito menos, também do que bilhões de dólares que a OpenAI e a Oracle se comprometeram a investir na iniciativa Stargate para impulsionar o setor de IA nos EUA.

Tudo isso vai ao encontro do ambicioso plano China Standards 2035, que tem um foco maior nas novas tecnologias que devem definir a presente e a próxima décadas, como 5G, Inteligência Artificial, Big Data e Internet das Coisas (IoT). “O ano de 2025 promete ser o ‘ano da virada’, e esse momento pode ser o início desse processo”, diz In Hsieh.

Confira, a seguir, entrevista exclusiva que o executivo concedeu à Mercado&Consumo sobre esse e outros temas durante o Retail Trends Pós-NRF 2025.

Imagem: Shutterstock

Sair da versão mobile