Expo Osaka e Cartier Women’s Pavillion, um legado de inovação e visão de futuro

Osaka, a vibrante metrópole na região de Kansai, Japão, tem um histórico notável como palco de exposições mundiais, desempenhando um papel crucial na apresentação do Japão ao cenário global e na exibição de suas inovações. Das grandiosas edições passadas à aguardada Expo 2025, Osaka continua a ser um centro de pensamento futurista e intercâmbio cultural.

Primeiro, gostaria de dividir com vocês a importância para o futuro próximo do que é visto nessas expos.
A Expo ’70 foi o marco da recuperação e do progresso pós-guerra. A Japan World Exposition, Osaka 1970 (Expo ’70) foi um evento monumental e divisor de águas não apenas para o Japão, mas para o mundo. Realizada apenas 25 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, a Expo ’70 simbolizou a recuperação econômica milagrosa do Japão e sua ascensão como uma potência tecnológica e industrial.

Os pontos principais e inovações da Expo ’70, cujo tema era “Progresso e Harmonia para a Humanidade”, refletiam a aspiração de um mundo pacífico e próspero, impulsionado pela tecnologia e pelo entendimento mútuo.

A Expo ’70 atraiu mais de 64 milhões de visitantes, um recorde para a época. Foi um verdadeiro laboratório do futuro, exibindo, já naquela época, protótipos de telefones celulares, rudimentares para os padrões atuais, mas os conceitos de comunicação móvel já eram apresentados. Esteiras gigantes móveis; trem Maglev, que era um protótipo para os trens-bala; computadores e tecnologia digital, já antecipando a realidade virtual, e outras tecnologias digitais que moldariam o futuro. Um verdadeiro mundo dos Jetsons na vida real.

Também houve muita cultura e entretenimento. Além da tecnologia, a Expo ’70 foi um caldeirão cultural, com pavilhões de diversos países, apresentações artísticas e uma profunda imersão na cultura japonesa. O pavilhão da Matsushita (Panasonic) exibia a cápsula do tempo de Osaka, contendo objetos que seriam abertos 5 mil anos depois. Esse evento trouxe um grande impacto no desenvolvimento urbano, impulsionando o desenvolvimento de infraestrutura em Osaka, com novas linhas de metrô e rodovias, que beneficiaram a cidade por décadas. A “Torre do Sol” de Taro Okamoto, símbolo icônico da exposição, expressava a energia vital e a diversidade da humanidade.

Com o sucesso da Expo ’70 em mente, a “Expo 2025 Osaka Kansai: Desenhando a Sociedade do Futuro” promete ser um evento transformador, abordando os desafios globais do século XXI com uma perspectiva inovadora e sustentável.

O tema central convida à reflexão sobre como podemos moldar um futuro sustentável e equitativo, com foco na saúde, bem-estar e o potencial da vida. Como subtemas da Expo 2025, temos: Salvando Vidas, com foco em longevidade, biotecnologia, saúde e prevenção de doenças; Capacitando Vidas, que aborda a Inteligência Artificial, robótica, educação e o desenvolvimento humano; Conectando Vidas, que explora a comunicação, a mobilidade, a colaboração global e a resiliência social.

Expo Osaka e Cartier Women’s Pavillion, um legado de inovação e visão de futuro

A localização da Expo em Yumeshima já surpreende por ser uma ilha artificial na Baía de Osaka, um símbolo da criação de um futuro a partir de um novo espaço. Com foco na sustentabilidade, a Expo 2025 tem um forte compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. É um evento net zero, utilizando energias renováveis e promovendo práticas de economia circular. Com o Future Society Showcase, o evento visa ser um laboratório de soluções para os desafios globais, apresentando:

Com grande destaque, o Women’s Pavilion da Cartier, é um pavilhão temático dedicado à promoção do empoderamento feminino e à celebração do papel das mulheres na construção de um futuro mais equitativo e sustentável. Como continuidade de um legado, o pavilhão é uma continuação do conceito do Women’s Pavilion, lançado na Expo 2020 Dubai, mantendo o nome e o espírito de destacar as contribuições das mulheres para a sociedade.

Curado pela aclamada artista Es Devlin, o pavilhão oferece uma jornada imersiva por meio de histórias pessoais de mulheres de todo o mundo. Essas narrativas buscam inspirar reflexão sobre questões globais como igualdade de gênero, ação climática e justiça social.

O projeto arquitetônico, assinado por Yuko Nagayama & Associates, busca equilibrar tradição e modernidade, incorporando elementos da arquitetura japonesa e utilizando materiais reciclados da estrutura original da Expo 2020 Dubai, demonstrando um compromisso com a sustentabilidade. O pavilhão gira em torno de três temas principais:

O pavilhão inclui um “WA Space” (wa” (和) significa harmonia, paz e equilíbrio), um espaço vibrante para diálogo e colaboração, que sediará uma programação dinâmica de eventos, incluindo painéis, palestras, exposições e demonstrações. Os visitantes são convidados a participar da conversa e deixar seus nomes no espaço do pavilhão, simbolizando a conexão e o propósito coletivo.

A missão do Women’s Pavilion é criar um legado para as futuras gerações e contribuir para desvendar a sabedoria da humanidade, inspirando-se em comunidades de todo o mundo. A Cartier e a Expo 2025 Osaka convidam os visitantes a embarcar em uma jornada transformadora, pessoal e coletiva, guiada pelo ditado de que “quando as mulheres prosperam, a humanidade prospera”.

De 1970 a 2025, o legado de Osaka tem se demonstrado consistente, com sua capacidade de sediar eventos de magnitude global. A Expo ’70 marcou o renascimento de uma nação e sua entrada na era da tecnologia. A Expo 2025, por sua vez, visa desenhar as rotas para um futuro mais sustentável, saudável e conectado.
Ambas as edições em Osaka refletem o espírito japonês de inovação, resiliência e a busca incessante pela harmonia entre a humanidade e o meio ambiente. A cidade continua a ser um farol de progresso, convidando o mundo a colaborar na construção de um futuro melhor para todos.

A Expo Osaka 2025 teve inicio em 13 de abril e seguirá até 13 de outubro.

Sandra Hayashida é fundadora da LPE Experiências.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Sandra Hayashida

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