Setor de gás e petróleo deve investir 2% da receita para reduzir emissões de metano em 15%

A instituição sediada em Paris diz que o metano é responsável por cerca de 30% do aumento da temperatura global

petróleo

O setor de petróleo e gás deveria investir 2% de sua receita líquida anual para reduzir as emissões de metano em 15% até 2030, aponta a Agência Internacional de Energia (AIE). De acordo com relatório publicado pela agência nesta terça-feira, 27, seriam necessários US$ 75 bilhões para colocar o setor no caminho para cortar por completo as emissões até 2050.

Do total investido, US$ 55 bilhões devem ser usados para conter a liberação do gás na extração, enquanto outros US$ 20 bilhões iriam para tecnologias voltadas à indústria de refino e processamento. A AIE aponta também que é possível que o setor invista em tecnologia para captura e produção de energia com base no gás metano, o que, até 2030, seria possível arrecadar US$ 45 bilhões com a venda do metano capturado e compensar o investimento na tecnologia.

A instituição sediada em Paris diz que o metano é responsável por cerca de 30% do aumento da temperatura global, e é preciso ação rápida e eficaz para conter o aquecimento global. Porém, o financiamento do combate à liberação do gás deve ser apoiado por governos, indústrias e filantropia. No relatório, a AIE afirma que “formuladores de políticas devem proibir liberações intencionais de metano, a menos que sejam emergências”.

Queda na demanda

O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, ressaltou que entre os três cenários desenhados pela Agência Internacional de Energia (AIE) para o futuro do setor de óleo e gás, o mais provável é que a demanda por petróleo caia perto de 40% nas próximas décadas até 2050.

Tolmasquim lembrou que 128 países, os quais concentram 88% das emissões globais e 92% do PIB mundial, têm compromissos oficiais para redução nas emissões de carbono. “Nesse contexto, um fato inquestionável é que a demanda de petróleo no mundo vai cair. Podemos discutir os cenários e, com algum otimismo, vai se atender o que ficou acordado em Paris, com a demanda caindo 40% nas próximas décadas”, disse.

Com informações de Estadão Conteúdo (Gabriel Tassi Lara)

Imagem: Shutterstock

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