Eduardo Guardia, economista, ex-ministro da Fazenda e atual CEO BTG Pactual Asset Management, abordou as perspectivas de investimentos internacionais no Brasil no LATAM Retail Show. O economista ressaltou que a retomada do setor da economia dificilmente virá do setor externo. Para ele, o necessário é olhar internamente a fim de entender como melhorar.
“É preciso a consistência de uma política econômica séria, feita na direção correta. Isso está por trás da retomada do crescimento e dos investimentos”, defendeu. Guardia afirmou que o crescimento virá de uma combinação de fatores, sem fórmulas mágicas, e com participação ativa do capital privado, como privatizações, concessões e revisão de regulações.
Além disso, defendeu as reformas já iniciadas, como a previdenciária e a tributária. Na sua visão, a reforma tributária é complexa, mas deve ser realizada mesmo que parcialmente. Dentre os fatores que dificultam mudanças tributárias está o fato de que a simplificação não é neutra. “Alguns setores vão pagar a conta e isso, obviamente gera críticas. Apesar disso, a notícia boa é de que existe uma compreensão do problema no Congresso sobre o problema. Se conseguirmos dar um passo ou passos na direção correta, vale a pena”, explicou.
O ex-ministro da Fazenda ressaltou que o país tem inúmeros componentes que dificultam o crescimento, como desequilíbrio fiscal, economia ainda fechada, com tarifas de importação altas, ambiente pouco propício, com burocracia e regulamentações excessivas, grande tamanho do Estado. Em suma: uma série de questões interligadas.
Apesar disso, Guardia acredita que há bons elementos internos, como inflação baixa, que permite redução de juros e um sistema financeiro capitalizado e eficiente, apto a dar crédito se houver demanda. Ele citou como exemplo o mês de maio, no qual o crédito concedido pelo setor privado superou o do setor público no país.
* Foto: Terassan Fotografia