A fome bate e o cliente digita no Google Maps o nome do seu restaurante preferido. Além dos endereços mais próximos, ele também lê a frase “faça seu pedido”. Clicando nela, navega pelo cardápio, escolhe o prato e finaliza o pagamento pelo Google Pay, tudo sem precisar sair da plataforma. A rapidez e a praticidade são as principais características de um conceito que vem ganhando espaço no Brasil, o do comércio contextual.
A experiência citada no parágrafo acima já pode ser feita por País por meio de uma parceria entre a Delivery Center, startup de conexão e gestão de entregas para lojistas de shopping centers, e a plataforma de pagamentos holandesa Adyen.
Para as marcas, o diferencial do comércio contextual é estar onde o cliente está e aproveitar essa oportunidade para uma venda sem atritos. Isso pode significar captar esse consumidor nas redes sociais, em plataformas de busca, como é o caso do Google, e em aplicativos de conversa, como o WhatsApp.
“A China é o berço do comércio contextual. Foram empresas como Alibaba e WeChat que começaram a organizar sessões de streaming mostrando produtos e permitindo que as pessoas que estavam assistindo comprassem em um só clique. É o que podemos chamar de e-commerce 2.0, totalmente interativo”, explica o presidente da Adyen para a América Latina, Jean Mies.
Foco na experiência do consumidor
A Delivery Center nasceu há quatro anos fazendo parcerias com restaurantes de shopping centers, montando hubs de entrega em docas ou estacionamentos – modelo que também foi “importado” da China. “Muitos restaurantes estavam acostumados a trabalhar em marketplaces, como iFood e Rappi. O que a gente faz é gerir a logística, centralizando todos os pedidos”, conta o co-fundador e CXO da Delivery Center, Joaquim Pires da Silva Neto.
O foco maior no comércio contextual é na experiência do consumidor. “Geralmente, ele tem de ir ao marketplace e escolher o produto que quer pedir. A diferença é que, agora, ele pode pedir a comida pelo buscador do Google ou pelo Google Maps. A partir dessa operação, sentimos necessidade de um parceiro que suportasse esses pagamentos, por isso trouxemos a Adyen para dentro do projeto.”
A partir do momento em que o cliente faz o pedido diretamente no Google Maps, tudo o que está por trás desse link é a Adyen que faz por meio de uma integração com a carteira virtual Google Pay. Segundo Jean Mies, tudo é feito com muita segurança. “Usamos protocolos de criptografia em cada uma de nossas transações. A metodologia de autenticação de pagamentos avançou muito. Pode ser feita de mais simples e eficiente, como reconhecimento facial ou recebe link com senha única”, explica.
‘Jogo de xadrez’ do varejo
A Delivery Center, além de parceiro prioritário de shopping centers, tem três redes importantes entre seus acionistas: brMalls, Multiplan e CCP. Conta, hoje, com cerca de 3 mil lojistas de foodservice em sua plataforma e já está presente em 12 Estados brasileiros.
A empresa registrou forte crescimento da pandemia, ajudando os lojistas que ainda não estavam digitalizados a atuar online. “Tivemos um desafio gigante de escala neste ano. Fizemos treinamentos, demos suporte e ajudamos as empresas a mudar a relação que tinham com os clientes”, conta Joaquim Pires da Silva Neto.
Para o sócio-diretor da Gouvêa Malls, Luiz Alberto Marinho, a parceria do Delivery Center com o Google e a Adyen é mais um movimento no que ele classifica como um “intrincado jogo de xadrez” que representa a transição do varejo e do foodservice para o universo omnichannel.
“Para serem jogadores relevantes no delivery de refeições, sem depender de agregadores como iFood e Rappi, que cobram taxas muito elevadas de seus lojistas, os shoppings precisam encontrar meios de driblar o hábito dos consumidores, acostumados a utilizar esses aplicativos. Nesse sentido, a parceria com o Google é perfeita, porque permite alcançar uma enorme quantidade de consumidores, no momento exato em que estão buscando opções de alimentação, fechar a transação e já acionar a logística de entrega, via Delivery Center, sem dar chance ao cliente de pensar duas vezes”, analisa.
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